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André Rocha

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Daniel Alves e Fred devem ser as novidades na base titular da seleção

Daniel Alves, jogador do São Paulo, trata lesão no CT da Barra Funda - Divulgação/SPFC
Daniel Alves, jogador do São Paulo, trata lesão no CT da Barra Funda Imagem: Divulgação/SPFC

Colunista do UOL Esporte

14/05/2021 13h17

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A lista de Tite para os jogos contra Equador e Paraguai seguiu o padrão das últimas convocações e até o habitual na seleção brasileira, incluindo outros treinadores.

Sempre uma base que se repete, com uma ou outra novidade, uma ou outra ausência sentida, uma ou outra insistência inexplicável. Neste último caso, o nome de Everton Ribeiro salta aos olhos, pela queda de produção no Flamengo justamente desde a última convocação, em novembro. Tem titularidade questionável no próprio clube. A razão deve ser a de sempre: coerência, porque o atleta rendeu bem na última aparição com a camisa verde e amarela. Explica, mas não justifica.

Vamos às boas novas e que devem modificar a escalação titular. Daniel Alves está de volta e é difícil imaginar que seja reserva de Danilo. Foi o melhor da última Copa América, voltou ao lado direito no São Paulo, ainda que como ala, e certamente tem muito a contribuir como um lateral "construtor" no 2-3-5 que a seleção compõe quando ataca. É claro que a transição defensiva ou o posicionamento como lateral na última linha quando o Brasil se defende pode ter problemas, mas a liderança e a qualidade devem compensar.

No meio-campo, Douglas Luiz está suspenso pelo segundo amarelo e não vai enfrentar o Equador. Deve abrir vaga para Fred, em alta no Manchester United. Na função de volante à esquerda que dá suporte ao lateral que ataca como ponta (Renan Lodi ou Alex Sandro), o meio-campista não tem o passe longo de Douglas, mas entrega muito mais ritmo e dinâmica. E na fase defensiva pode se multiplicar sem bola para compensar o quarteto ofensivo que deve novamente contar com Gabriel Jesus e Richarlison pelas pontas e Firmino e Neymar por dentro.

No mais, a meta novamente estará bem servida com os três melhores da posição: Alisson, Ederson e Weverton. Na zaga, o entrosamento e a excelência de Marquinhos e Thiago Silva, dois dos melhores defensores da edição 2020/2021 da Liga dos Campeões. E a reposição com Lucas Veríssimo e Eder Militão mantém o bom nível com atletas mais jovens.

Casemiro absoluto na proteção da defesa, mesmo com as oscilações no Real Madrid. Por mais que se questione, é uma seleção do nível das principais da Europa. A desvantagem é justamente não encontrar brecha no calendário para enfrentá-las.

De negativo, o de sempre: os desfalques pesados para os times brasileiros. Ainda que Gabigol tenha Pedro de reposição, o Flamengo perde sem Everton Ribeiro, mesmo em má fase. Porque desfalca o lado direito com a provável convocação de Isla pelo Chile e também destroça o setor de articulação, já que De Arrascaeta deve também ser chamado para a seleção uruguaia. Imagine sem Gerson, que tantos tratam como "injustiçado"?

[Em tempo: com as convocações de Gerson e Pedro pelo treinador Andre Jardine para a seleção olímpica, a CBF promete "ajustar" os jogos do Flamengo no período. Mas deixa o clube entre os desfalques e os jogos "encavalados" depois.]

Weverton é ausência grande no Palmeiras, porém Abel Ferreira não perde tanto coletivamente com todos os jogadores "de linha". E Dani Alves é o grande articulador do São Paulo, mesmo como ala. Ficarão de fora do início do Brasileiro e da terceira fase da Copa do Brasil. A CBF incluiu os times da Libertadores nessa etapa e acaba prejudicando com a retirada dos clubes.

Como sempre, os mais competentes são punidos. E Tite, ao dar a cara a tapa, é a imagem dessa injustiça. Para os torcedores não compensa, ainda que monte uma seleção forte.