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André Rocha

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Palmeiras é o time brasileiro de 2020 e consolida a escola pragmática

Wesley após marcar para o Palmeiras sobre o Grêmio - VAN CAMPOS/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO
Wesley após marcar para o Palmeiras sobre o Grêmio Imagem: VAN CAMPOS/WPP/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL Esporte

07/03/2021 19h49

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O Palmeiras confirmou a conquista da Copa do Brasil com a vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio no Allianz Parque. Campeão da Libertadores e do Paulista, é o time brasileiro de 2020. Mesmo levantando menos taças em competições oficiais que o Flamengo, que faturou quatro títulos. O principal torneio do continente, obviamente, foi a diferença. No grande ano da história do clube.

No último jogo da temporada atípica, já em março de 2021, o time de Abel Ferreira foi surpreendido no início da partida pela intensidade gremista na pressão no campo de ataque e a entrada de Thaciano aberto pela direita, voltando com Viña e dando liberdade a Alisson para circular às costas de Felipe Melo e Zé Rafael, os volantes alviverdes.

Alisson finalizou para defesa de Weverton e Pepê chegou atrasado para concluir o ataque mais perigoso. Mas bastou uma mudança simples no meio-campo para resolver um problema e criar uma solução ofensiva: Felipe Melo ficou mais fixo à frente da defesa e Zé Rafael se juntou a Raphael Veiga. Não só para dificultar a articulação de Maicon e Matheus Henrique, mas também aproveitando os espaços às costas dos meio-campistas pouco intensos do time gaúcho.

Veiga, Rafael e também Wesley, saindo da esquerda para dentro e acelerando as transições, a grande virtude palmeirense desde a saída de Vanderlei Luxemburgo passando pela transição de Andrey "Cebola" Lopes para o treinador português. Foi o suficiente para expor os muitos problemas do adversário.

Não só a frouxidão do meio-campo, mas também os elos fracos da defesa. Desde a insegura e truculenta dupla de zaga formada por Paulo Miranda e Kannemann, passando pela inexperiência de Vanderson na lateral direita e chegando às sérias limitações do goleiro Paulo Victor. No início do segundo tempo, espalmando para dentro o chute não tão forte de Wesley. O gol que encaminhou a conquista, premiando o jovem atacante que vinha de longa recuperação de lesão e também simboliza a aposta bem-sucedida nas divisões de base.

Depois foram substituições e administração da boa vantagem. Até o contragolpe de Willian para Gabriel Menino, os dois que saíram do banco para oxigenar a equipe. Mais um chute não tão forte que Paulo Victor aceitou. Renato precisa repensar quase tudo para a sequência do trabalho. Especialmente a qualificação do elenco.

O Palmeiras vence novamente com segurança e pragmatismo. A marca das conquistas palmeirenses da "Era Crefisa", a partir da Copa do Brasil 2015. Com Marcelo Oliveira, Cuca, Felipão e agora Abel Ferreira. Tentou mudar a proposta com o interesse em Jorge Sampaoli e Miguel Ángel Ramírez, mas sempre recuando e preferindo um modelo mais conservador, baseado em solidez defensiva, jogo aéreo e ataques em velocidade.

Com o técnico que já é o mais vencedor dos últimos cinco anos, a metodologia adequada para alcançar os objetivos, aproveitando o elenco homogêneo. Potencializando os talentos, que sempre vão melhor quando ganham espaços. O Grêmio cedeu e o Palmeiras sobrou. Tetracampeão do mata-mata nacional.

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