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André Rocha

Guardiola reinventa o City imune às surpresas para sobrar no Inglês

Gabriel Jesus comemora gol para o Manchester CIty em partida diante do Sheffield United pelo Campeonato Inglês - Michael Regan/Getty Images
Gabriel Jesus comemora gol para o Manchester CIty em partida diante do Sheffield United pelo Campeonato Inglês Imagem: Michael Regan/Getty Images

Colunista do UOL Esporte

30/01/2021 14h07

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O Sheffield United protagonizou uma das maiores surpresas da Premier League 2020/21, que já é atípica e a mais equilibrada e imprevisível dos últimos anos. No Old Trafford, fez 2 a 1 sobre o Manchester United e tirou os Red Devils da liderança do campeonato. Somando seu oitavo ponto em 20 jogos. A segunda vitória do lanterna dentro de uma das piores campanhas da história do Inglês.

Na 21ª rodada, novo encontro em Manchester contra o primeiro colocado na tabela. Mas o City de Pep Guardiola entrou escaldado e controlou pela posse, sem correr grandes riscos e se importar com a dificuldade para infiltrar no 5-3-2 do adversário depois de abrir o placar aos oito minutos com o gol de Gabriel Jesus.

Assistência de Ferrán Torres, que jogou aberto pela direita. Do lado oposto, Zinchenko trabalhava dando amplitude, permitindo que Phil Foden buscasse os espaços às costas do meio-campo do Sheffield. Assim como Bernardo Silva mais por dentro e o trabalho híbrido de Gundogan, contribuindo com passes precisos e até gols - já marcou sete na Premier League e dois na Liga dos Campeões. Mas também ajudando Fernandinho na proteção da defesa.

Retaguarda que se transformou no trunfo de Guardiola para a recuperação na tabela. Sofreu apenas 13 gols e não tem vergonha de recuar as linhas e negar espaços até para times pequenos. Ou apelar para uma posse mais defensiva, com a proposta de afastar o oponente da própria área. Ainda mais quando não conta com Kevin De Bruyne, o talento desequilibrante que está lesionado.

Levou um susto no final, com o chute de fora do meio-campista Fleck que passou rente à trave esquerda de Ederson. Mas poderia ter matado o jogo em contragolpe iniciado por Fernandinho e finalizado por Gabriel Jesus para bela defesa de Ramsdale. Com Guardiola usando penas uma substituição: Ferrán por Rodri. Sim, para administrar a vantagem conquistada nos últimos minutos. 1 a 0, sem riscos.

Garantindo os três pontos. Com 75% de posse e oito finalizações contra quatro - quatro a um no alvo. 91% de efetividade nos passes, porém dentro de uma ideia mais cuidadosa. Respeitando os adversários e os próprios limites de uma equipe cansada pela sequência de jogos. Que será ainda mais dura em fevereiro com a volta da Champions.

Por isso a importância de se manter no topo. Agora com quatro pontos de vantagem e as mesmas 20 partidas do United, que ainda enfrenta o Arsenal em Londres na rodada. Os citizens ainda têm que cumprir o jogo em Liverpool contra o Everton pela 16ª rodada, adiado por conta de um surto de Covid-19.

Guardiola reinventa o City ainda com suas digitais: é o time com mais posse, que mais finaliza e acerta passes na competição. Mas agora também é o que mais vence nos duelos pelo alto e a solidez defensiva é a grande marca até aqui. Sem tropeços contra os times de menor investimento, minimizando o perde-ganha e a aleatoriedade desta edição.

Imune às surpresas para sobrar na liga. Retomando a regularidade que sempre foi a marca dos times do treinador catalão nos pontos corridos.

(Estatísticas: Whoscored.com)