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André Rocha

Haaland já é realidade. Qual gigante da Europa o levará ao topo?

Haaland é o garoto da moda no futebol mundial e deve brilhar em 2021 - Getty Images
Haaland é o garoto da moda no futebol mundial e deve brilhar em 2021 Imagem: Getty Images

Colunista do UOL Esporte

10/01/2021 07h41

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A vitória do Borussia Dortmund fora de casa sobre o RB Leipzig por 3 a 1 manteve o time no G-4 da Bundesliga e aumentou sua importância porque o time aurinegro foi o único disputando o topo da tabela a vencer, já que o Bayern de Munique perdeu para o Borussia Monchengladbach por 3 a 2 e o Bayer Leverkusen empatou em 1 a 1 com o Wolfsburg.

Para variar, o destaque foi Erling Haaland. Participação ativa no gol de Sancho que abriu o placar e duas bolas nas redes. Agora são 12 em dez jogos, 25 no mesmo número de partidas pela liga alemã. 19 em 16 jogos na temporada. Voltando de lesão muscular, mas já em altíssimo nível. Com 3,9 finalizações por jogo, só fica atrás de Lewandowski, com 4,1.

Um fenômeno que já é realidade. Aos 20 anos, o norueguês de 1,94 m parece desajeitado, mas explode em velocidade, técnica, alguma habilidade com mudança de direção. Acima de tudo, inteligência nos deslocamentos para atacar os espaços às costas da defesa, podendo fazer diagonais longas ou curtas. Além da impressionante eficiência nas finalizações e capacidade de se manter concentrado no jogo. Muita consistência.

Haaland tem contrato com o Dortmund até 2024. Segundo o jornal "Bild", sua multa rescisória seria de 75 milhões de euros. O clube alemão é grande, tem história, inclusive com título e final de Champions, mas não ocupa a primeira prateleira do futebol europeu. E tirou o centroavante do Red Bull Salzburg já pensando numa venda futura muito acima dos 15 milhões de euros que pagou.

O diretor-executivo Hans-Joackim Watzke, em entrevista à revista "Kicker", vê a negociação como inevitável, embora deseje que o jogador amadureça e, obviamente, dê mais retorno técnico à equipe. Como Lewandowski, que permaneceu por quatro temporadas, foi bicampeão alemão e finalista da Liga dos Campeões antes de partir para o Bayern de Munique.

Agora é definir o futuro e a escolha é decisiva para a evolução, profissional e também pessoal. Uma decisão que pode interferir decisivamente na carreira tão promissora.

Cristiano Ronaldo saiu menino do Sporting para ter seu talento e incrível capacidade de trabalho lapidados por Alex Ferguson no Manchester United. Só saiu de lá para o Real Madrid quando já tinha escrito seu nome no clube, com títulos e uma Bola de Ouro. O mesmo no time merengue, com recordes e quatro Champions.

Messi teve seu talento único potencializado por um bom trabalho na base do Barcelona, com ótima geração, e foi feliz ao cruzar seu caminho com Pep Guardiola em momento importante da carreira, aos 21 anos. A trajetória poderia ter sido bem diferente se chegasse à Catalunha em outra época.

É preciso tomar a decisão mais racional para tentar minimizar os erros. Sem olhar apenas camisa ou escolher o time que joga no videogame. Mudar de país, assimilar uma nova cultura e, principalmente, encaixar na nova equipe. Quem é o treinador? Ele costuma aproveitar bem jogadores com as mesmas características?

E a concorrência? No Real Madrid cruzaria com Benzema. No Bayern com Lewandowski. O Barcelona tem um "vácuo" no centro do ataque depois da saída de Luis Suárez, mas vive a incerteza sobre o futuro de Messi e outro enorme ponto de interrogação em relação à política na condução do clube catalão pelos próximos anos.

O PSG ofereceria, em tese, um encaixe mais interessante no campo. Agora sob o comando de Mauricio Pochettino, que potencializou Harry Kane no Tottenham, e podendo formar um ataque com Mbappé e Neymar. O brasileiro mais criativo, Mbappé dividindo a marcação e atacando a profundidade o tempo todo. Mas o projeto do time francês sempre parece muito instável na obsessão de conquistar a Champions.

O Manchester City pode ser um caminho, com Guardiola, a competitividade da Premier League e a vaga como centroavante, considerando a reta final da carreira de Kun Aguero e o posicionamento de Gabriel Jesus cada vez mais como um atacante aberto. Haaland daria uma contundência ao setor ofensivo que poderia mudar a equipe de patamar no continente.

Não há razão para pressa, mas a análise das propostas que certamente virão precisa ser criteriosa e considerando todos os aspectos, não só o financeiro e o midiático. Gols e conquistas fazem história, não venda de camisas.

Erling Haaland tem potencial para se eternizar, marcar época. Qual gigante da Europa o levará ao topo?

(Estatísticas: Whoscored.com)