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André Rocha

Arsenal quebra tabus com coragem e trava United reativo demais

Colunista do UOL Esporte

01/11/2020 15h57

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O Arsenal não vencia um jogo grande de Premier League fora de casa desde 2015. No Old Trafford desde 2006. Mas isso não intimidou Mikel Arteta para fazer sua equipe atacar o Manchester United.

Red Devils que vinham de uma goleada impiedosa por 5 a 0 sobre o Leipzig, semifinalista da última edição da Liga dos Campeões. Mas sempre dentro da proposta reativa de Solksjaer. Para o clássico, o treinador preparou um 4-3-1-2 com Pogba entrando no meio com Fred e McTominay e Bruno Fernandes atrás de Greenwood e Rashford.

Mas muito engessado e com defensores "duros", sofrendo para fazer a saída de bola pressionada pelo Arsenal com coragem. Mesmo sabendo do risco do rival sair da pressão e acelerar as transições ofensivas com seus jovens atacantes.

Arteta quer protagonismo e posse, mas seu time finaliza pouco na relação com o controle da bola. No primeiro tempo, três finalizações, porém só o chute de Willian no travessão como oportunidade real. O brasileiro atuou pela direita do ataque com Lacazette centralizado e Aubameyang à esquerda. Na variação do 3-4-3 para o 4-3-3 quando Saka se juntava aos meio-campistas Elneny e Partey e Bellerín recuava como lateral para se juntar ao trio de zagueiros - Tierney abria para fechar o lado esquerdo fechando a linha de quatro.

Adepto do jogo de posição, mas adaptável, o Arsenal teve 53% de posse na primeira etapa, mas viu o United adiantar a marcação na volta do intervalo. Mais mobilidade de Pogba se aproximando de Bruno Fernandes e os laterais Wan-Bissaka e Shaw atacando mais os corredores.

Mas só depois do tolo pênalti de Pogba sobre Bellerín convertido por Aubameyang é que Solksjaer recorreu ao banco com as contratações pesadas para esta temporada. Van de Beek e Cavani entraram, porém nas vagas de Bruno Fernandes e Greenwood. Matic também entrou, saindo Fred. Ou seja, não mudou a estrutura tática e foi para o abafa insistindo em cruzamentos.

Coube ao Arsenal recuar as linhas e resistir à pressão, mesmo descoordenada. Muita concentração defensiva, com destaque para o zagueiro brasileiro Gabriel Magalhães. Abusando do pragmatismo, permitindo a inversão da posse, com o United terminando com 53%. Mas premiado pela coragem da proposta inicial e subindo na tabela, do 12º lugar para o oitavo, entrando na primeira página da tabela - e deve permanecer, mesmo se o Tottenham vencer o Brighton.

O United cai para a 15ª colocação, com apenas seis jogos. Contrastando com a liderança no forte grupo da Champions vencendo PSG e Leipzig. Porque o maior vencedor da Premier League precisa atacar na maioria dos jogos na Inglaterra, principalmente em casa. E as seis partidas sem vitórias no Old Trafford dizem muito sobre o trabalho de Solksjaer.

Melhor para os Gunners, que alcançaram uma vitória histórica que quebra tatus.

(Estatísticas: BBC)