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André Rocha

Palmeiras encaminha vaga na Copa do Brasil. Outro "convite" ao novo técnico

Wesley e Raphael Veiga comemoram gol do Palmeiras contra o Red Bull Bragantino - Diogo Reis/AGIF
Wesley e Raphael Veiga comemoram gol do Palmeiras contra o Red Bull Bragantino Imagem: Diogo Reis/AGIF

Colunista do UOL Esporte

29/10/2020 20h53

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Apesar da pressão nas redes sociais por Gabriel Heinze, o Palmeiras foi atrás de Abel Ferreira, português que treina o PAOK, time grego que eliminou o Benfica de Jorge Jesus na Liga dos Campeões, antes mesmo da fase de grupos.

O que se espera é que a referência dos dirigentes do clube não seja apenas o fato de ter vencido Jorge Jesus, a maior "credencial" de Sampaoli para o Palmeiras procurá-lo no início do ano. Até porque Abel tem ideias interessantes, inclusive semelhantes ao compatriota campeão brasileiro e da Libertadores pelo Flamengo, como jogo rápido e vertical, com defesa adiantada e sabendo alternar volume no ataque com jogo reativo.

Se fechar, o novo treinador vai receber um time em recuperação no Brasileiro e, principalmente, com um bom caminho pavimentado nas disputas em mata-mata. Na Libertadores, ainda em tese, com o duelo contra o frágil Delfín nas oitavas e o cruzamento em uma provável classificação para as quartas com o vencedor do confronto entre Jorge Wilstermann e Libertad. Ou seja, uma vaga na semifinal mais que acessível.

Já na Copa do Brasil a coisa funciona na prática com a vaga praticamente assegurada nas quartas depois dos 3 a 1 fora de casa sobre o Red Bull Bragantino. Vitória encaminhada no primeiro tempo de objetividade absurda: 38% de posse, oito finalizações, sete dentro da área, quatro no alvo e três nas redes.

Aproveitando os muitos espaços cedidos pela equipe de Mauricio Barbieri que adiantou os setores e tentou pressionar no campo de ataque. Mas deixou verdadeiras "crateras" entre as linhas. Seja entre o trio Artur-Claudinho-Tubarão atrás de Ítalo e os volantes Ryller e Lucas Evangelista e, principalmente, entre estes e a última linha defensiva.

Para piorar, uma noite infeliz do zagueiro Léo Ortiz, errando em posicionamento, tomadas de decisão e também falhas técnicas, como o corte fraco de um cruzamento da direita nos pés de Luiz Adriano no terceiro gol. Sem contar a falta de sorte no desvio do chute de Raphael Veiga no primeiro.

Um convite à equipe comandado por Andrey "Cebola" Lopes. Com Rony e Wesley alternando nas pontas e Zé Rafael entregando muita dinâmica no meio-campo entre Felipe Melo, atuando plantado à frente da retaguarda, e Raphael Veiga, meia mais adiantado numa espécie de 4-2-3-1. Com auxílio de Gabriel Menino atuando como lateral construtor, muitas vezes apoiando por dentro.

Com transições rápidas foi às redes três vezes, com Raphael Veiga, Wesley e Luiz Adriano, que ainda perdeu grande chance em cruzamento perfeito de Menino. No segundo tempo administrou permitindo que o Bragantino circulasse a bola até a intermediária ofensiva, mas negando espaços para as infiltrações.

Organizado, concentrado e maduro para administrar a vantagem, Com muitas finalizações do Bragantino, é verdade. Foram 17 no total, mas apenas cinco na direção da meta de Weverton. Nenhuma chance cristalina além do gol de Hurtado, que entrou no lugar de Ytalo.

Ainda permanece a dúvida sobre a capacidade da equipe de criar espaços diante de sistemas defensivos mais fechados. Mas ao menos aumenta a moral e a confiança para a chegada do novo treinador. Com o time praticamente nas quartas será possível até rodar o grupo e fazer testes no jogo de volta em casa, caso Abel ou outro técnico assuma até lá.

Elenco qualificado, estrutura de primeira e clube tradicional e vencedor. Só isso já seria suficiente para o Palmeiras ser uma ótima para qualquer treinador. Com boas perspectivas na Libertadores tudo fica ainda mais promissor. A classificação "antecipada" no mata-mata nacional é só mais um "convite" ao profissional que assumir o comando técnico da potência nacional mais subaproveitada dos últimos tempos.

(Estatísticas: SofaScore)