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André Rocha

Pedro arredonda o novo jeito de atacar do Flamengo

Colunista do UOL Esporte

04/10/2020 19h00

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O Flamengo fechou o "ciclo da Covid-19" com os 3 a 1 no Maracanã sobre o Athletico. Apesar da atuação bem consistente do time paranaense muito mexido pelo treinador interino Eduardo Barros.

Principalmente no primeiro tempo de bola na trave logo no primeiro minuto em saída errada de Hugo Souza. Forçando muitos erros do time carioca e atacando com a velocidade de Carlos Eduardo e Renato Kayzer os espaços às costas da defesa mais adiantada e menos entrosada do Flamengo. Com Noga e Natan no miolo da zaga e Isla e Filipe Luís voltando nas laterais.

O Athletico também explorava bem os espaços entre De Arrascaeta, o meia central do 4-2-3-1 dos últimos jogos, e a dupla Gerson e Willian Arão, que substituiu o poupado Thiago Maia. Com Richard, Alvarado e Lucho González, mais a circulação de Jorginho, ex-Atlético-GO, atuando como uma espécie de ponta articulador.

O Flamengo só ameaçava quando tinha espaços para acelerar. Como na transição rápida de uma defesa de Hugo em chute de Abner para a velocidade de Bruno Henrique até a finalização de Pedro e defesa de Santos. Muito pouco para um time lento na circulação de bola, também por Vitinho novamente fora de sintonia e rotação. O ponteiro, desta vez aberto pela direita, só não teve culpa na furada dentro da área depois de bela jogada de Arrascaeta. Bruno Henrique tocou na bola e atrapalhou o companheiro.

Tudo mudou com a simples troca na volta do intervalo do camisa onze por Everton Ribeiro, retornando depois da recuperação da Covid. Gerson também passou a preencher melhor os espaços entre Arão e Arrascaeta e o campeão brasileiro e sul-americano ganhou volume de jogo e tomou de vez o domínio da partida.

Descomplicando de vez com o belo gol de Pedro. Domínio já limpando a marcação, firmeza para vencer a disputa com o defensor e tocar na saída de Santos. O quarto gol seguido do camisa 21. Junto com Arrascaeta, o grande destaque dessa "via crucis" desde a vitória sobre o Barcelona em Guayaquil.

As características do centroavante também arredondam o novo jeito de atacar do Flamengo. Porque tem técnica para fazer a proteção, receber dos meio-campistas e tabelar por dentro ou acionar os companheiros mais rápidos pelos flancos. O ataque posicional - termo banalizado e quase sempre explicado com conceitos equivocados e confusos - ganha mais fluidez sem perder mobilidade.

Vale relembrar o trabalho de Pedro no gol de Lincoln, o primeiro nos 4 a 0 sobre o Del Valle. Desconfortável com a pressão na saída de bola, Hugo fez uma ligação direita buscando Pedro pela esquerda. Domínio perfeito, proteção e inversão precisa para Gabigol, que furou. Matheuzinho deu sequência e deu a assistência. Mas foi a referência que clareou tudo.

voltando ao jogo deste domingo, o pênalti na sequência convertido por Bruno Henrique deu tranquilidade ao time. Mas o Athletico não jogou a toalha, seguiu organizado e diminuiu com Renato Kayzer Até Everton Ribeiro, que entregou com sobras sua contribuição antes de servir à seleção e ficar de fora dos próximos três jogos, fechar os 3 a 1 no chute que desviou em Zé Ivaldo.

Vitória para afirmar o bom momento do Fla, mas também servir de alerta para as prováveis dificuldades em novo confronto pelas oitavas da Copa do Brasil. O Athletico teve 46% de posse e finalizou dez vezes contra 13. Mas só três no alvo contra sete. Com mais objetividade no primeiro tempo o jogo seria outro.

Mas o time paranaense deu chance e o Flamengo não perdoou. Com Pedro como o pivô que preenche a área adversária, faz a parede, abre espaços e, principalmente, contribui com gols. Com Gabigol fora de combate, o centroavante será ainda mais importante no momento em que o time projeta uma sequência de vitórias em casa para entrar de vez na briga pelo título.

(Estatísticas: SofaScore)