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André Rocha

Botafogo mais intenso vence Vasco em jogo com "lado ruim" do mata-mata

Matheus Babi comemora seu gol na partida do Botafogo contra o Vasco, pela Copa do Brasil - Vitor Silva/Botafogo
Matheus Babi comemora seu gol na partida do Botafogo contra o Vasco, pela Copa do Brasil Imagem: Vitor Silva/Botafogo

Colunista do UOL Esporte

17/09/2020 22h00

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Os 3 a 2 do Vasco sobre o Botafogo na última rodada do Brasileiro foi um bom jogo, com equipes se esforçando para jogar. Sem maiores preocupações, já que era mais uma rodada nos pontos corridos e vale quase sempre se abrir para buscar a vitória.

Pela quarta fase da Copa do Brasil, no mesmo Estádio Nilton Santos, as equipes foram naturalmente mais cuidadosas dentro do contexto de uma partida de ida. Mesmo sem o gol fora como critério de desempate, ninguém vai se expor tanto com o risco de se complicar ou inviabilizar a volta. Por isso a disputa mais tática e estratégica negando espaços.

Ainda assim, o início foi animador, com o Botafogo buscando ser mais intenso sem bola, com participação mais ativa do trio Kalou-Babi-Nazário na execução do 3-4-2-1 em fase defensiva. Mas Paulo Autuori não abre mão de qualidade na construção das jogadas. Por isso segue apostando em Honda e Caio Alexandre como meio-campistas à frente da defesa.

Para compensar, a organização e a coordenação da linha de cinco com Rafael Forster se juntando a Marcelo Benevenuto e Kalu na zaga, mais os laterais/alas Kevin e Victor Luiz.

Nada disso evitou que a grande chance do primeiro tempo fosse do Vasco, na conexão argentina entre Benítez e Cano, que bateu em cima de Gatito Fernández. A dupla ganhou liberdade de Ramon Menezes, que manteve os movimentos do time cruzmaltino: Henrique mais preso pela esquerda, compensado por Talles Magno atacando bem aberto.

O mesmo do lado oposto com Ygor Catatau pela ponta e Yago Pikachu apoiando mais por dentro. O meio-campo perdeu qualidade sem Andrey, afastado por problemas físicos, apesar do esforço de Marcos Júnior ao lado de Fellipe Bastos. Já a zaga, sem Ricardo Graça, teve o promissor Miranda como boa reposição.

Porém com muitos erros de passe e nas tomadas de decisão das duas equipes. Talvez pela tensão da disputa eliminatória para clubes que precisam não só do resultado, mas também das receitas a cada fase do torneio nacional. Com isso o nível caiu para não mais se recuperar.

No domingo foram 39 finalizações. 25 do Botafogo, nove no alvo. Dois gols de Matheus Babi. Na quinta, seguiu concluindo mais: 13 vezes, quatro na direção da meta de Fernando Miguel. Mesmo com ligeira superioridade na posse de bola das duas partidas (51%), o Vasco concluiu só oito vezes, um par no alvo. Muito pouco.

Pagou com outro gol de Babi, o da vitória botafoguense que não vinha desde os 2 a 1 sobre o Paraná pela própria Copa do Brasil. Justamente o que vem faltando no Brasileiro, apesar dos muitos jogos equilibrados. O único triunfo justamente nos 2 a 1 sobre o Atlético Mineiro, um dos favoritos. Faltava a capacidade de competir.

Porque o toque fácil na construção estava lá. De Gatito para Honda, tabela com Bruno Nazário, que colocou na cabeça de Babi. Por isso a fé e a insistência de Autuori no futebol bem jogado. Mas atento às necessidades do futebol atual: foram 26 desarmes do Bota, no domingo apenas 12.

Intensidade que tornou o jogo mais físico e menos plástico. O "lado ruim" do mata-mata, mas positivo para o Botafogo, que leva vantagem para São Januário.

(Estatísticas: SofaScore)