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André Rocha

Gabriel Jesus desmonta o Real Madrid com o melhor de um atacante moderno

Gabriel Jesus comemora gol do Manchester City contra o Real Madrid - Nick Potts / POOL / AFP
Gabriel Jesus comemora gol do Manchester City contra o Real Madrid Imagem: Nick Potts / POOL / AFP

Colunista do UOL Esporte

07/08/2020 18h05

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Os quase seis meses entre as duas partidas do confronto nas oitavas de final da Liga dos Campeões entre Manchester City e Real Madrid não podem diminuir o tamanho do feito de Gabriel Jesus na construção do placar agregado de 4 a 2 para a equipe inglesa.

Em fevereiro no Santiago Bernabéu, ainda com torcida no estádio, empatou o jogo depois de Isco abrir o placar. No final, já com a virada decretada pelo gol de pênalti de Kevin De Bruyne, Jesus roubou de Varana e sofreu a falta que resultou na expulsão de Sergio Ramos. Um enorme "reforço" para a volta.

Principalmente por minar a confiança de Varane sem o parceiro, capitão e símbolo da defesa tricampeã europeia. Eder Militão não comprometeu, mas o peso é menor. Para complicar, a mobilidade ofensiva de Phil Foden, Sterling e Jesus, que quase nunca ficou na referência do ataque. Procurou mais o lado esquerdo, buscando as infiltrações em diagonal nas costas de Carvajal.

E duelando com Varane. Atacando espaços e, principalmente, pressionando o adversário. Assim roubou do zagueiro francês e serviu Sterling no gol que abriu o placar. Mas teve também bela jogada individual de outro brasileiro: Rodrygo, passando por Cancelo e colocando na cabeça de Benzema.

Na segunda etapa, De Bruyne cresceu com ainda mais mobilidade e liberdade, circulando às costas de Modric e Kroos e fugindo de Casemiro. Ainda mais intensidade na pressão no campo de ataque e rapidez para definir as jogadas, mudança marcante do jogo de posição de Pep Guardiola na Inglaterra.

E quando Varane falhou de novo, Gabriel Jesus fez a leitura perfeita da jogada e tocou na saída de Courtois. Porque o brasileiro com a camisa nove estava lá para contribuir coletivamente e usar a qualidade para desmontar um enorme rival. Impondo a primeira eliminação de Zidane na Champions.

Fazendo justiça ao time que finalizou 21 vezes contra nove, teve 54% de posse e 85% de efetividade nos passes. Em especial a Gabriel Jesus pelos 180 minutos. Consolidando seu amadurecimento com o melhor de um atacante moderno no século 21: movimentação, intensidade, pressão sem bola, leitura de espaços e gols decisivos.

(Estatísticas: UEFA)