Allan Simon

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Paulistão e outros estaduais comprovam: também há vida fora da Globo

O resultado obtido pela Record no Paulistão 2025, com vitórias tanto aos domingos quanto nos meios de semana contra a TV Globo, é a face mais visível de uma verdade que surgiu nos últimos anos e ficou clara nos estaduais desta temporada: há vida fora da maior emissora do país para os profissionais da mídia esportiva.

Cleber Machado, narrador dispensado de forma quase inacreditável em março de 2023 pela Globo, depois de vários meses de negativas sobre qualquer chance de isso acontece e da expectativa de que ele e Luis Roberto se alternariam nas funções que foram de Galvão Bueno, hoje foi o narrador de uma transmissão que superou os 30 pontos no Ibope com a Record na conquista do título paulista pelo Corinthians contra o Palmeiras.

Na equipe da Record, Maurício Noriega, também dispensado pela Globo quase na mesma época, nome forte das transmissões do sportv e que fazia muita falta nos principais eventos. Agora, ambos estão garantidos no Brasileirão também com a Record.

Por aqui, no UOL Play, vários narradores tiveram grandes jogos ao longo deste Paulistão, como Dudu Monsanto, Marcelo do Ó, Henrique Guidi (mais um ex-Globo), mas destaque neste caso para Milton Leite, que deixou o sportv no fim da Olimpíada do ano passado e também era uma peça que fazia muita falta na mídia. Não esteve na finalíssima, mas narrou grandes jogos e mostrou a mesma forma na narração que a gente se acostumou a ver na ESPN e no sportv ao longo de 30 anos.

Sem falar em nomes que nunca precisaram da Globo para serem grandes, como André Henning e Jorge Iggor, da TNT Sports, Luisinho, na CazéTV, Téo José, que fez o Paulistão pela Zapping Sports, Luiz Alano, no Nosso Futebol, dois nomes que passaram recentemente pelo SBT e não foram devidamente valorizados pelo canal, mas estão novamente em evidência agora, já que também narram na Band e CazéTV, respectivamente. Téo, inclusive, fez a final do Carioca na Band, com boa audiência em São Paulo. Luiz Alano teve passagem importante pelo sportv, mas agora deverá ter muito mais oportunidades nacionais no canal que leva a marca de Casimiro.

Olhando para outros estados, vemos Linhares Jr., ex-sportv, que tem feito as narrações da RIC TV, afiliada da Record no Paraná, jogos que também conseguiram destaque na audiência local em 2025, apesar de o Paranaense ter chegado a uma final sem Athletico, nem Coritiba (além de ter visto o rebaixamento do Paraná Clube).

A Globo segue firme e forte como a empresa que melhor faz futebol no Brasil. Não há dúvida sobre isso. O Brasileirão vem aí cheio de novidades tecnológicas, a equipe dos canais sportv e Premiere, além da própria TV Globo, é extremamente competente e bem servida com nomes que chegaram nos últimos anos como Everaldo Marques, Gustavo Villani e Paulo Andrade, em momento delicado no qual Luis Roberto teve que assumir sozinho o papel que era de Galvão Bueno, que não narra mais desde o fim da Copa do Mundo de 2022, meses antes da saída de Cleber Machado.

O time é bom e vai dar certo de novo. Rogério Corrêa, Antero Neto, Natália Lara, Júlio Oliveira, Isabelly Morais, Jader Rocha, Renata Silveira, além do mais antigo em atividade no sportv, Luiz Carlos Jr., entre vários outros nomes que farão parte da cobertura.

Não se trata, portanto, de diminuir o tamanho e importância daquela que é exaltada pelos clubes como a maior parceira do futebol brasileiro há 40 anos, e que sempre dá mais audiência e alcance ao esporte. Mas sim de dizer o que está cada vez mais óbvio: também há vida e espaço fora dela. E cada vez mais bons profissionais podem e vão ocupar essas oportunidades com destaque.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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