Allan Simon

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Record ganha 'jogo que faltou' para coroar Paulistão com dérbi na final

A Record já estava feliz da vida desde quando os quatro grandes fizeram sua partes pela primeira vez desde 2019 e chegaram juntos às semifinais, com direito a exibir ambas em sinal aberto e impor momentos de derrota à TV Globo com Corinthians x Santos e Palmeiras x São Paulo em dois dias seguidos. Mas a final Corinthians x Palmeiras será a coroação de um trabalho que evoluiu muito em 2025.

Claro que Corinthians x São Paulo ou qualquer final com o Santos de Neymar também já seria um grande jogo com ida e volta prontas para vencer de novo a maior emissora do país, mas o dérbi era uma espécie de 'jogo que faltava'. Dos seis clássicos realizados na fase de grupos, a Record mostrou quatro. Palmeiras x Corinthians foi um dos dois confrontos que o canal não exibiu, pois ficou na cota exclusiva da TNT Sports.

A Record empilhou números históricos esse ano porque mudou muita coisa em sua estratégia de futebol. Contratou uma equipe fixa, liderada pelo narrador Cleber Machado, trazendo experiência de 35 anos de TV Globo e que vinha tendo destaque em jogos decisivos com o Corinthians no SBT na Copa Sul-Americana do ano passado, reforçou trazendo nomes como Maurício Noriega, Dodô, Paloma Tocci, entre outros.

Melhorou sua estratégia digital ao fazer a parceria com o Desimpedidos. E o principal: transformou o futebol em produto de grade, superando a fase 'amor de verão', ao garantir os direitos do Brasileirão e fazer calendário até dezembro pelo menos até 2027. Acertou desde o ano passado na estratégia de disputar audiência com o 'Domingão com Huck' ao colocar os jogos da TV aberta, melhorando o funcionamento disso ao programar seus jogos às 18h30 nos domingos.

Contou com um novo formato de transmissões, que em vez de garantir dois clássicos completamente exclusivos em plataformas abertas na primeira fase, como foi entre 2022 e 2024, juntou a Record com o YouTube para que ambos transmitissem quatro clássicos compartilhados, sem prejudicar a audiência de ninguém e ainda garantindo mais dois jogos bons na briga contra a Globo.

Deu sorte ao ver o Santos contratar Neymar, o que rendeu minutos de liderança até em um jogo que em qualquer outro ano seria 'banal' contra o Botafogo de Ribeirão Preto. Deu uma 'cara' diferente e mais estável a um projeto que pecou muito pela falta de estabilidade nos anos anteriores, alternando entre Marco de Vargas (que foi muito bem), Lucas Pereira (que acabou substituído pelo próprio Cleber Machado na final de 2023, mas voltou em 2024), e Oliveira Andrade (que ficou apenas dois jogos e saiu para a volta de Lucas no ano passado).

Os resultados acompanharam. Na primeira fase, Palmeiras x São Paulo rendeu 13 pontos, contra 11,4 da TV Globo. Dias antes, Corinthians x Santos já tinha conseguido um 17,7 x 16,1 (em 2022, a Record deu 11 pontos com os mesmos times na mesma faixa horária).

A primeira liderança na média já tinha vindo com São Paulo x Corinthians, ainda em janeiro, com 15,2 x 14,8. Só o duelo entre Santos e Palmeiras não bateu a TV Globo na média geral da partida, mas deu o 'azar' de ser antes da contratação de Neymar.

Nas semifinais, o resultado de Corinthians x Santos foi histórico. A vitória por 20,3 x 10,6 contra a TV Globo mostrou o tamanho que a competição ganhou este ano na Record. Veio acompanhada de vitórias também em Belém, Goiânia e no DF. Os dados de Palmeiras x São Paulo consolidados pela Kantar Ibope Media sairão hoje, mas a liderança foi alcançada nos dados prévios, algo em torno de 18 a 17 no arredondado.

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Agora é a vez de Palmeiras x Corinthians, em um domingo, e um Corinthians x Palmeiras, em um meio de semana. Duas chances históricas de fazer ainda mais audiência e derrotar a Globo. O recorde ainda é o da final Palmeiras x São Paulo de 2022, quando o canal atingiu 28 pontos de média. A final de 2025 é o cenário perfeito para superá-lo.

Opinião

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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