Allan Simon

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ReportagemEsporte

Eventos que já foram 'queridinhos' da Globo e não estão mais no canal

A Globo segue como a maior força no esporte nacional, renovou recentemente as transmissões do Brasileirão até 2029 com a certeza de nove jogos por rodada, oito deles com exclusividade em suas plataformas, detém a Copa do Brasil e a Libertadores até o fim do ano que vem, e exibe vários outros eventos importantes, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Mas há algumas competições que já foram 'queridinhas' da emissora e hoje não estão mais na sua grade. A coluna relembra algumas delas e mostra como elas estão hoje.

1 - Paulistão

A TV Globo transmitiu o Paulistão até 2021, quando o contrato no modelo antigo de exclusividade com a FPF (Federação Paulista de Futebol) acabou, e o pacote de TV aberta foi vendido para a Record. O sportv também se retirou do torneio após aquele ano, substituído pela TNT Sports de 2022 em diante.

O Premiere, canal pay-per-view do grupo, ainda ficou mais dois anos (2022 e 2023), mas também saiu. Hoje, o Paulistão+ é o PPV oficial da competição, distribuído por UOL Play, Nosso Futebol e Zapping.

Durante décadas, o Paulistão foi evento quase obrigatório na Globo, por mais que muitas vezes a emissora tenha escolhido mostrar apenas clássicos e jogos decisivos, como foi em 1997, por exemplo. Em 2003, a emissora chegou a travar uma batalha judicial para não perder os direitos de TV aberta para o SBT.

Hoje, entre os principais estaduais que a Globo sempre buscava manter (Paulista, Carioca, Mineiro e Gaúcho), o de São Paulo é o único que não está em nenhuma plataforma da emissora. Recentemente, as transmissões da Record deram 'dor de cabeça' à Globo, que perdeu para clássicos tanto de quarta à noite, embalado pelo 'Efeito Neymar' em Corinthians x Santos, quanto em um Palmeiras x São Paulo de domingo.

2 - Fórmula 1

A Fórmula 1 foi uma propriedade exclusiva da Globo na TV brasileira entre 1982 e 2020, com a emissora tendo transmitido antes nos anos 1970 também. Após um ano de sucesso na Bandeirantes, em 1980, a Globo reassumiu as transmissões no ano seguinte e contratou inclusive o narrador das corridas na Band de então, Galvão Bueno.

Nessa fase em diante, o canal foi a tela que mostrou aos brasileiros os três títulos mundiais de Nelson Piquet (1981, 1983 e 1987) e os três de Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991), além de exibir as vitórias de Rubens Barrichello e Felipe Massa.

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A 'febre' brasileira nos anos 1980 era tão grande, que em alguns momentos a Globo chegou a optar pela Fórmula 1 em relação ao futebol, como em 1987, quando Piquet lutava pelo título e a Copa União vivia sua última rodada em uma das primeiras fases.

Com a queda do Brasil na categoria, sem títulos desde Senna em 1991 e sem vitórias desde 2009 com Barrichello, a audiência também sentiu os efeitos e a Globo não quis mais renovar o contrato ao fim da temporada de 2020. A Band retomou as transmissões e está até hoje com a Fórmula 1. No ano passado, porém, houve um barulho intenso sobre uma possível volta à Globo, que acabou não se confirmando.

3 - UFC

O maior evento de MMA do planeta já era explorado desde o começo dos anos 2000 pela Globo em plataformas pagas, com o canal Combate (que nasceu 'Premiere Combate') e algumas exibições no sportv. Mas o interesse em TV aberta só veio quando o UFC estava na RedeTV! e o Brasil 'bombava' nos octógonos com nomes como Anderson Silva, Vitor Belfort, José Aldo, entre outros.

Na época, a Record apareceu como uma possível compradora do Ultimate, mas a Globo conseguiu os direitos. Chegou a colocar Galvão Bueno para narrar eventos. Realizou edições brasileiras do reality "The Ultimate Fighter".

Mas a modalidade foi perdendo tração, saiu da TV aberta e ficou apenas nos canais pagos do grupo até a saída, em 2023, quando a organização decidiu investir em uma plataforma própria, o UFC Fight Pass. Na época, acertou com a Band também em TV aberta, acordo encerrado no fim de 2024. Rumores sobre um retorno à Globo saíram no começo deste ano, mas nada oficial.

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4 - Champions League

A compra da Champions League por parte da Globo, em 2009, foi vista no mercado como uma estratégia para aproveitar o hype que a competição vinha gerando nos anos anteriores, especialmente com o sucesso de brasileiros no continente europeu, e também para minar as audiências que a Record conseguia em TV aberta nas fases finais.

No início, a TV Globo só se interessava pelos últimos jogos e deixava a competição com a parceira Band na maioria dos estágios do torneio. Com o tempo, a mudança no comportamento do público brasileiro, cada vez mais interessado não apenas em Neymar, que bombava no Barcelona, mas também na rivalidade Messi x Cristiano Ronaldo, a Champions foi ganhando mais espaço na Globo.

Em 2018, a final entre Real Madrid e Liverpool, vencida pelo time espanhol por 3 a 1, rendeu média de 23 pontos à TV Globo em São Paulo, com 40% de participação. No RJ, também foram 23 pontos, mas com 44% dos televisores ligados. Ambos os desempenhos foram recordes.

Tanto que a emissora tentou, naquela mesma época, ficar com a competição toda em suas plataformas, em uma parceria que poderia envolver a ESPN contra o crescimento do Esporte Interativo (hoje TNT Sports), que em 2015 levou a exclusividade em plataformas pagas. A UEFA vendeu tudo para o EI na época, em parceria com o Facebook. Em 2021, o SBT recolocou o torneio na TV aberta, e transmite até hoje. A TNT Sports segue dona dos direitos totais até 2027.

E aí, qual competição faz mais falta à Globo entre essas? E o contrário, em qual delas a Globo faz mais falta? Deixe nos comentários.

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