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Allan Simon

REPORTAGEM

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Luta do ex-goleiro Aranha contra o racismo será destaque em série do JN

Ex-goleiro Mário Aranha será personagem central de reportagem do JN sobre racismo na série "Brasil em Constituição" - João Cotta/Globo
Ex-goleiro Mário Aranha será personagem central de reportagem do JN sobre racismo na série "Brasil em Constituição" Imagem: João Cotta/Globo

Colunista do UOL

09/09/2022 04h00

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Vítima de um dos mais conhecidos episódios de injúria racial do futebol brasileiro, o ex-goleiro Aranha será um dos destaques da série de reportagens do "Jornal Nacional" sobre a Constituição Federal de 1988, que marcou a nova era democrática após a ditadura militar no Brasil.

O tema da série "Brasil em Constituição" na próxima terça-feira (13) será o racismo. Na entrevista que vai ao ar no JN, Aranha se emocionou ao recordar o jogo entre Santos, seu time na época, e Grêmio, pela Copa do Brasil de 2014, quando foi chamado de "macaco" por torcedores gremistas nas arquibancadas da Arena do Grêmio, em Porto Alegre.

O caso teve repercussão nacional imediata e gerou a exclusão da equipe gaúcha da competição.

"Foi a primeira vez que aconteceu comigo e eu pude provar e tive condições de me posicionar", disse Aranha, que contou ainda sobre as marcas que o racismo sempre deixou em sua vida.

"Desde pequeno percebia que as pessoas mudavam de calçada quando cruzavam comigo na rua. Temos que nos comportar de uma maneira diferente quando vamos à uma loja, não esquecer documento. A pessoa negra vai se moldando desde criança para fugir do perigo que é", disse o ex-jogador.

Aranha começou sua carreira na Ponte Preta, clube que ostenta a marca de "primeira democracia racial do futebol brasileiro" em seus comunicados sobre a luta antirracista. Passou ainda por Atlético-MG, Palmeiras e Avaí, além do Santos, onde fez parte do elenco campeão paulista duas vezes (2011 e 2012), da Libertadores (2011) e da Recopa Sul-Americana (2012). Ganhou ainda uma Copa do Brasil com o Verdão em 2015.

"Durante muitos anos, muitas pessoas achavam que eram superiores por causa da cor da sua pele, por serem brancas. Então, é necessário cravarmos na Constituição que isso é crime. Você diminuir a vida de outra pessoa porque, simplesmente, seu tom de pele é mais claro, não é certo, não é honesto, não é humano", afirmou Aranha.

O Jornal Nacional vai ao ar de segunda a sábado às 20h55 (horário de Brasília) durante o período do horário eleitoral gratuito. Os episódios da série "Brasil em Constituição" ficam disponíveis por streaming no Globoplay.