Abel Ferreira e eu, cinco anos depois
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Não, Abel e eu não formamos uma dupla, nem um time, não somos parentes. Nossas histórias, contudo, estão interligadas por um motivo singelo: estreamos em nossos trabalhos atuais exatamente no mesmo dia.
Em 5 de novembro de 2020, eu publicava minha primeira coluna aqui no UOL e o português comandava sua primeira partida pelo Palmeiras, na vitória por 1 a 0 contra o Red Bull Bragantino, pela Copa do Brasil que ele viria a vencer meses depois.
Eu voltava ao jornalismo depois de longos anos trabalhando com o lado de negócios do esporte, majoritariamente fora do Brasil. Tinha um filho de 1 ano, que vivia acoplado ao meu peito e acordava chorando de madrugada, enquanto eu gravava o Fim de Papo com José Trajano e Renato Mauricio Prado.
Abel fazia seu primeiro grande trabalho como técnico. Como eu, duvidava que o novo desafio durasse mais do que três meses. Nem por isso deixou de entregar tudo. Logo em sua apresentação, ele declarou: "Não vim aqui para ter férias, vim aqui para trabalhar e ganhar com o clube. Vim para ajudar os jogadores a crescerem. É a minha missão".
Em meio a uma pandemia global, quando 700 pessoas morriam diariamente de covid-19 só no Brasil, a gente vivia com medo e se agarrava a sonhos. No meu caso e de Abel, com determinação e temperamentos nada suaves.
Cinco anos, centenas de textos e vídeos (vários sobre Abel), dez títulos e diversos recordes depois, cá estamos.
Eu, aos 42, com uma nova carreira e um filho de 6 anos, completamente obcecado por futebol, torcedor de Palmeiras e Flamengo. Ele, aos 46, em busca da terceira Libertadores e do terceiro Brasileiro, com seu nome marcado para sempre na história do clube que meu avô abraçou quando chegou aqui da Alemanha fugindo da guerra, ainda menino.
A vida tem dessas coisas, que não importam nada, mas importam muito. E que a gente espera que não acabem tão cedo.
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