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Por que é difícil acreditar em uma CBF diferente

Circulou ontem pelo zap e pelas redes sociais um vídeo de Samir Xaud falando sobre transparência, fair play financeiro e outras palavras-chave agradáveis. Um jovem sorridente, bonito, simpático. O novo presidente da nova CBF.

Será mesmo?

Sim, Carlo Ancelotti chegou de verdade. Sim, há uma mulher entre os oito vice-presidentes, pela primeira vez na história. Sim, a entidade organizou uma homenagem à Marina Silva na partida da seleção feminina. Sim, há expectativa de que uma mulher seja colocada à frente da coordenação das seleções femininas. Sim. Tudo o mínimo. Migalhas.

Ao mesmo tempo, nos bastidores, o que ouvimos e vemos são os nomes de sempre. Os Sarney, Zveiter, Mendes e tantos outros tão antigos no futebol brasileiro quanto a bola.

Uma matéria publicada hoje no UOL, pelo colega Igor Siqueira, conta a seguinte história: "Um dos ex-vice-presidentes da CBF, Gustavo Feijó está perto de assumir a diretoria de seleções. (?) Feijó já esteve próximo da seleção em outros momentos. O mais recente foi quando ainda tinha boa relação com o agora ex-presidente Ednaldo Rodrigues. Feijó e Ednaldo eram vices da CBF quando Rogério Caboclo foi afastado, em 2021. Por alguns meses, fizeram uma espécie de gestão compartilhada. Mas acabaram não se entendendo posteriormente. (?) Feijó levou a briga à Justiça. Inicialmente, sem sucesso. Mas ele foi um dos signatários do acordo que gerou a discussão mais recente na Justiça do Rio sobre a validade da eleição da CBF. Ao fim, fez parte do grupo que articulou a saída de Ednaldo e reapareceu no bloco político que levou Samir ao poder."

Te dá um frio na espinha? Samir Xaud. Ednaldo Rodrigues. Rogério Caboclo (afastado por uma série de denúncias de assédio moral e sexual, não esqueçamos). Os apoiadores e traidores são sempre os mesmos. Uma eterna volta dos que não foram.

A sensação é que muda a carcaça, o verniz, a fachada. O conteúdo, as estruturas, as entranhas, essas não vão a lugar algum. Ficam ali bem enraizadas, agarradas, emaranhadas, garantindo que a "nobreza" não perca sua boquinha.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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