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A pior parte dos sorteios de Libertadores e Copa do Brasil

A parte mais divertida dos sorteios é sofrer pelo seu time e secar os adversários. A tensão à espera do que vai sair de cada bolinha se equipara à de uma partida decisiva.

Hoje, teve Inter x Flamengo, Botafogo na altitude, São Paulo contra o último campeão da Liberta não argentino ou brasileiro, Palmeiras com sorte nas oitavas e azar no chaveamento, Fortaleza contra o Vélez. Depois, Palmeiras x Corinthians, Galo x Flamengo e outros cruzamentos divertidos.

Esta é a parte boa.

A parte ruim é aturar a Conmebol e a CBF.

No sorteio dos confrontos de Libertadores e Sul-Americana, além da estética cafona de sempre, fomos obrigados a aguentar os apresentadores começando o evento agradecendo à entidade e seu presidente, Alejandro Domínguez — sim, aquele do Tarzan e da Chita. A Conmebol agradecendo a ela mesma.

Uns vídeos bobos e na sequência, pelo menos, a cerimônia seguiu com relativa celeridade, focada mesmo em determinar os embates. Felizmente, sem dar a oportunidade aos seus dirigentes de passar mais vergonha, emitir comentários racistas ou ocupar o palco para fazer homenagens a seus familiares.

Como tudo pode piorar, chegou a hora da Copa do Brasil. Seguindo o roteiro, a animadíssima apresentadora exaltava a CBF TV, que "deve ser a mais assistida do país", com eleição, convocação, sorteio, hahaha. Sim, bom momento para falar de eleições na CBF. Ou chamar o novo presidente ao palco, para perguntar se ele está vivendo o melhor momento da sua vida, se está conseguindo dormir, blábláblá. "Conta pra gente do lado pessoal, hein?" Sério, é hora para isso? É hora de jogar os holofotes sobre a instituição, fazendo graça, quando ela tem a melhor oportunidade de falar só de futebol? Em vez disso, o mais puro suco de vergonha alheia.

A todo momento, a apresentadora também ressaltava a postura e o olhar da mulher que retirava as bolinhas do pote, comprometida com a lisura do processo. Tudo como quem quer fingir ser o que não é, como quem se defende de acusações que ainda nem aconteceram.

Um porre. Ainda bem que passou, e agora temos dois meses para remoer ou esquecer completamente desses cruzamentos.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

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