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Era Ancelotti: futuro da seleção é bater palma para tudo que vier da Europa

Praticamente tudo que eu gostaria de dizer sobre a coletiva de apresentação de Carlo Ancelotti, com a convocação de sua primeira seleção, Milly Lacombe escreveu aqui. Nada que eu possa expressar melhor.

É ridículo falarmos em italiano para apresentar o time do Brasil. É ridículo agirmos como se fôssemos menores do que qualquer treinador. É ridículo Samir Xaud estar sentado lá por cinco minutos, só para dizer oi e entregar uma camisa de presente. Tudo feio e cafona.

Para completar, os nomes chamados por Ancelotti mostram que nossa viralatice se faz presente também dentro de campo. Sim, ele chamou cinco atletas do Flamengo (inclusive o lesionado "Guérson"), Estêvão e (inexplicavelmente) Hugo Souza. Mas listou também jogadores de Lille, Fulham, Strasbourg, Newcastle, Betis e Wolverhampton. Nossa esperança de conquistar o hexa repousa na segunda linha do futebol europeu.

Pelo menos, ela não repousa em Neymar, o que hoje em dia já precisa ser celebrado. Ainda que Carleto tenha feito questão de dizer que conversou com o craque e que ele estava de acordo em ficar de fora, uma vez que ainda se recupera de lesão. Adoraria saber se fez o mesmo com outros não convocados. "Mira, estou pensando em não te llamar. Tutto bene por usted?"

Olhando para a relação de Ancelotti me deprime também a aparente falta de meio-campistas com nosso passaporte.

Enfim, com ou sem o mau gosto da CBF, é duro acreditar que, para voltar a levantar um caneco ou jogar o mínimo de bola, teremos de aceitar falar outro idioma dentro de casa e sorridentemente bater palma para tudo que vier da Europa.

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