Alicia Klein

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Podcast 'Neymar' explica o triste fenômeno do bilionário que faz o que quer

O primeiro episódio do podcast original "Neymar", lançado ontem pelo UOL Prime, revela algo muito importante sobre um dos maiores nomes do nosso futebol: nada foi acidente.

O conceito Neymar surgiu a partir de uma apresentação de PowerPoint, projetada em um escritório na Faria Lima, ainda em 2010. Consigo imaginar a cena: uma cadeira vazia, sapatênis caros, relógios originais e sorrisos falsos.

Suas referências estavam ali, iluminadas: Michael Jordan, Bernardinho, Pelé, Maradona, Senna, Tiger Woods.

Suas características, definidas com clareza nos slides: "Craque. Descolado. Irreverente. Inspirador. Ousado. Sex appeal. Mais do que um ídolo, ele deve ser um WELL LOVED GUY (um cara amado). Não ser apenas o melhor do mundo, mas o MAIOR DO MUNDO. UM MITO." Ele seria o próximo Ayrton Senna.

Sem medo de hipérboles ou de promover uma egolatria desmesurada para um garoto de 18 anos, todos ali embarcavam no projeto que seria liderado por Neymar Pai. Ele encabeçaria o império personificado no filho. Naquele pequeno Deus. Naquele pequeno príncipe.

Ao ver Neymar hoje, às vezes fica difícil entender como nada parece colar em sua imagem. Não importa o que faça fora de campo — ou que não faça nada dentro dele. Neymar é o grande ídolo. Intocável. Amado, imitado, invejado.

Talvez esses 14 slides, inéditos até agora, ajudem a explicar o triste fenômeno do bilionário que faz o que bem entende, sem consequências. E como seu pai o trouxe até aqui.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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