Flamengo coloca disputa comercial acima de luta antirracista?
Ler resumo da notícia

Hoje, finalmente alguns dos principais clubes brasileiros se manifestaram contra a fala racista do presidente da Conmebol, aquela do Tarzan sem a Chita.
Por meio da Libra, soltaram uma nota forte, incluindo o seguinte trecho:
"A gravíssima declaração de Domínguez traz à tona o evidente preconceito enraizado no ambiente do futebol, reforça estereótipos racistas, perpetua a desumanização de pessoas negras, além de demonstrar total insensibilidade em relação a temas de extrema urgência, como o combate ao racismo e a promoção da diversidade no futebol.
Os clubes brasileiros reafirmam seu compromisso com a luta contra o racismo e com a promoção de um futebol inclusivo e respeitoso. Não aceitaremos calados nenhum tipo de discriminação, seja em campo, nas arquibancadas ou nas declarações de dirigentes."
Antes tarde do que mais tarde. Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Vitória, Ferroviária, Paysandu, Remo, Volta Redonda, ABC, Brusque, Guarani e Sampaio Corrêa assinaram a nota. Se você deu falta do Flamengo nesta lista é porque faltou mesmo.
O Rubro-Negro optou por não assinar o documento, justificando que confrontar a Conmebol é papel da CBF, e não da liga. A atual relação com os colegas pode ser o verdadeiro problema por trás da decisão: o Flamengo se sente prejudicado pelo acordo com a Globo e vem questionando os termos do acerto.
Seja por este ou qualquer outro motivo, o que pode ser mais importante do que o clube com a maior torcida do Brasil se posicionar contra o racismo? O que tornaria razoável o silêncio em um momento tão grave? O que justificaria estar do lado errado da história?
Como me escreveu um colega, citando a grande Marília Mendonça na música Ausência: "Não receber mensagem também é mensagem".
Siga Alicia Klein no Instagram
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.