O verdadeiro vexame do Corinthians na Libertadores
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Perguntas sobre a dimensão do fracasso alvinegro contra o Barcelona-EQU apareceram algumas vezes na nossa programação aqui no UOL, e certamente em muitas mesas de bar pelo país.
Resisto bastante a empregar a palavra "vexame" — o que nem sempre me ajuda com manchetes. Não pela bondade do meu coração, e sim pela banalização do termo. Se tudo é uma vergonha, então quase nada é uma vergonha mesmo.
Neste caso específico, porém, talvez seja de fato. Pelo conjunto da obra.
Não foi só o fato de não aproveitar mais de 30 minutos de jogo com um a mais em campo, ontem, dentro da sua arena lotada. Não foi só a apatia do privilegiado Memphis. Não foi só a epidemia de má fase que pareceu atingir todo o elenco da equipe alvinegra. Não foi só a goleada assustadora sofrida no Equador. Não foram só as duas partidas medíocres contra a pobre UCV, da Venezuela.
Classificação e jogos
É o conjunto da obra.
São as duas outras eliminações na pré-Libertadores, para Tolima-COL e Guaraní-PAR. É o fato de ter, hoje, mais quedas na fase inicial do torneio do que participações em semifinais. É o fato de ter praticamente o mesmo número de jogos pela competição (142) que o rival Palmeiras tem de vitórias (136). É o fato de, apesar do título (com Mundial) de 2012, não conseguir se consolidar como uma força continental.
É fazer uma excelente janela no meio de 2024, incluindo a contratação de um atleta de ponta europeu, armar uma remontada histórica no Brasileiro, chegar até a Libertadores, apenas para voltar para casa antes da fase de grupos. É ouvir comentaristas dizendo que, calma lá, o Barcelona de Guayaquil não é bobo, tem mais história na Libertadores do que o Corinthians. O que não se trata exatamente de um elogio.
O vexame não é um tropeço específico. O vexame é ser um dos maiores clubes do Brasil, com a segunda maior torcida, inserido no mercado mais rico, e não ter construído até hoje uma história de respeito no continente. É, pelo contrário, estar afundado em bilhões de dívidas, enquanto a sua torcida carrega o clube nas costas.
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