'Ronaldo nunca quis ser presidente da CBF': cronologia mostra não campanha
Ler resumo da notícia
Há três meses, Ronaldo declarou seu interesse em presidir a entidade máxima do futebol brasileiro. Hoje, ele desistiu do pleito. A pergunta que fica: ele tentou?
Para fontes próximas à CBF ouvidas pela coluna, e que disseram a frase que dá título ao post, o Fenômeno nunca quis de fato alcançar o posto, abrindo mão daquilo que é mais necessário em qualquer campanha: a política do corpo a corpo.
Em dezembro, Ronaldo lançou sua candidatura no Jornal Nacional e no programa da Ana Maria Braga, prometendo rodar o país a partir de 14 de janeiro. Nesta data, porém, ele viajou de férias com a família para Dubai. No dia 15, postou foto sua com a esposa Celina Locks, curtindo o show da banda Coldplay.
Dois meses após anunciar a candidatura e ainda sem iniciar as viagens pelo país, Ronaldo encaminhou uma carta para Fifa, Conmebol e CBF questionando o processo eleitoral da instituição, solicitando que a data da eleição fosse definida com 30 dias de antecedência (em vez de oito) e pedindo supervisão da Fifa — que já supervisiona o processo.
A carta de Ronaldo soou entre vários atores como um pedido para ganhar tempo, já que ele não vinha fazendo campanha. Ao questionar o processo eleitoral, ele também acabou direcionando a crítica a quem aprovou as regras do estatuto: as próprias federações.
No dia 27 de fevereiro, véspera de carnaval e 70 dias após o anúncio oficial de sua candidatura, Ronaldo encaminhou e-mail para todas as federações solicitando um "encontro para conversarmos sobre o futuro do nosso futebol". Afirmou: "minha agenda está aberta para ajustarmos a melhor data e local, e faço questão de visitá-lo pessoalmente."
Na última sexta-feira, logo após o carnaval, Ronaldo surgiu de surpresa na Espanha, nas dependências do Valladolid, após 3 meses sem aparecer no clube. A imprensa espanhola relatou o estranhamento de funcionários do clube e jogadores com a visita.
Até o momento, de acordo com fontes da coluna, 25 federações responderam agradecendo o convite, mas declinando da proposta de reunião e reforçando o apoio à atual gestão. Em seu comunicado no Instragram, ele cita "23 portas fechadas".
Ronaldo declarou que "não houve qualquer abertura para diálogo" e que, por isso, está retirando oficialmente sua intenção. Ele realmente achou que seria fácil assim ou tentou apenas adicionar à sua já poderosa imagem o verniz do herói contra o sistema?
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.