Números contra o Botafogo devem preocupar o São Paulo na Libertadores
Ontem, na live de pós-jogo que fizemos no UOL e nas entrevistas com os jogadores do São Paulo depois do empate no Nilton Santos, havia um ar otimista do lado tricolor. Torcedores exultantes, atletas celebrando o questionável "saber sofrer".
De fato, o resultado foi excelente para o time paulista. Depois de ser amassado no primeiro tempo e conseguir apenas algum equilíbrio no segundo, poderia ter sido muito pior. Não só segurou o Botafogo, como segurou o Botafogo em uma noite cheia de chances alvinegras.
Os números para além do placar, porém, apontam uma realidade preocupante para Zubeldía.
Vejamos alguns:
Classificação e jogos
Posse de bola: 63% a 37%
Passes certos: 452 a 229
Finalizações (no alvo): 22(6) a 6 (1)
Grandes chances: 4 a 2
Ações na área rival: 35 a 9
Gols esperados: 1,46 a 0,73
Ah, bola na trave e estatísticas não alteram o placar. Fato. Se o Calleri faz aquele gol, nada disso teria importância. Outro fato. Mas não fez.
Os números indicam a diferença entre duas equipes. E a diferença entre Botafogo e São Paulo ontem foi enorme.
Um amasso dos dois lados. Vitinho e Luiz Henrique deitando pela direita, Lucas e Calleri cancelados por Barboza e Bastos. Meio-campo completamente dominado, até Zubeldía finalmente abandonar o falido esquema de três zagueiros, que costuma significar tragédia contra o Glorioso.
Sim, o técnico argentino melhorou a equipe ao longo da partida — o que não se pode dizer do português —, mas para corrigir um erro que ele mesmo cometera. Sim, no Morumbis tudo pode ser diferente. Sim, o São Paulo tem tradição na Libertadores. Sim, o Botafogo pode jogar mal, cansar, estar em um dia com ainda menos pontaria.
Essa é a beleza do mata-mata. Assim como há beleza em manter os pés no chão.
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OLHAR APURADO
Uma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do UOL sobre os principais assuntos do noticiário.
Quero receberO cenário que se viu ontem só é positivo para o Tricolor na medida em que mostrou resiliência e até uma dose de sorte. Acreditar que esses dois elementos, somados ao fator casa, bastarão para vencer o time que vem praticando o melhor futebol do Brasil pode ser bem perigoso.
Como ensinou Jorge Ben Jor, prudência não faz mal a ninguém (com dinheiro no bolso, melhor ainda).
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