Prata do Brasil no futebol é surpreendente e sinal para a Copa de 2027
Na Copa do Mundo Feminina do ano passado, o Brasil foi eliminado na fase de grupos. De forma melancólica, inofensiva, sonolenta. Em Tóquio, ficáramos em sexto lugar. Não chegávamos a uma final olímpica desde 2008.
A prata de hoje é um resultado fenomenal. E não se trata de síndrome de vira-lata, pachequismo, ufanismo, delírio otimista.
A Seleção chegou a Paris como um grande ponto de interrogação, com apenas alguns meses de trabalho de Arthur Elias, substituto da decepcionante Pia. Aí o torneio começou e tudo indicava mais uma campanha triste.
Mas o Brasil foi se recuperando durante a competição, mesmo com a perda de Marta, Antônia, Tamires. Passou pela França, dona da casa. Amassou a Espanha, atual campeã mundial. E jogou muito bem contra os Estados Unidos no primeiro tempo.
Ah, parabéns, troféu primeiro tempo para a gente? Não é isso. Afinal, a bola pune.
Para seguir nos clichês: quem não faz leva. E levamos mesmo, aos 14 minutos da etapa final, quando desmoronamos tática e emocionalmente. Com um time perdido e contra adversárias em condições físicas muito melhores, nem Marta, na sua despedida, conseguiu fazer a diferença.
O Brasil ainda teve uma boa chance nos acréscimos, mas os erros de finalização, a ineficiência da bola parada e a desconcentração do segundo tempo cobraram seu preço em ouro.
As americanas não iam à final desde 2012, só que são as americanas. As veteranas desse rolê. O país onde o futebol é coisa de mulher. Com a vitória de hoje, acumulam cinco ouros, uma prata e um bronze. Desde a estreia do futebol feminino em Olimpíadas, em 1996, não subiram ao pódio apenas uma vez, no Rio. Hoje, foram superiores por mais tempo e, acima de tudo, mais eficientes.
Para o Brasil, fica a prata e uma esperança de que, com a continuidade de trabalho e investimentos, possamos chegar à Copa do Mundo de 2027, na nossa casa, verdadeiramente favoritas.
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