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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flamengo e Corinthians: tarefa hercúlea e reforços que comprovam o abismo

Fagner ao final do jogo entre Corinthians e Flamengo, pelas quartas de final da Libertadores, na Neo Química Arena - Ricardo Moreira/Getty Images
Fagner ao final do jogo entre Corinthians e Flamengo, pelas quartas de final da Libertadores, na Neo Química Arena Imagem: Ricardo Moreira/Getty Images

09/08/2022 15h49

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O Corinthians tem hoje uma tarefa hercúlea pela frente: vencer o Flamengo por pelo menos dois gols de diferença, dentro do Maracanã.

O que já seria difícil no melhor dos dias, neste momento parece quase impossível. O abismo que separa as duas equipes aumenta a cada dia. O rubro-negro sobe, evolui, se fortalece. O alvinegro cai, retrocede, tropeça.

A janela de transferência ilustra bem a diferença entre os dois times mais fortes da atualidade e os demais. O caso do Flamengo é ainda mais emblemático que o do Palmeiras.

Em ambos, os reforços chegaram para a reserva. Podem conquistar seu espaço ao longo da temporada, mas não são imprescindíveis. São, literalmente, peças de reposição. Quase um luxo.

Ao contrário do Corinthians, que contava com peças de resgate. Sem Balbuena, Vera e Yuri Alberto bem, especialmente enquanto Renato Augusto não brilha, o melhor jogador do Timão, o verdadeiramente acima da média, é Cássio.

E Cássio não pode salvar a equipe hoje. Pode, no máximo, evitar uma tragédia maior.

Do outro lado, há Arrascaeta, Gabigol, Pedro. E, claro, Cebolinha e Vidal, no banco.

O problema de um treinador é entender como Gabigol e Pedro podem jogar juntos. Ou como encaixar Cebolinha na frente, sem desmontar o que já está funcionando. Pensar se o losango funcionará melhor com João Gomes e Everton Ribeiro ou se há espaço para Arturo. O famoso "bom problema".

Do outro, há dúvidas em todos os setores. Além das dúvidas na defesa (Gil, Raul Gustavo, Balbuena ou Bruno Méndez), na lateral (Fábio Santos ou Piton), meio (Maycon está fora, Cantillo ou Vera), ataque (Yuri Alberto titular e Róger Guedes no banco?), fica a enorme dúvida sobre o esquema tático escolhido por Vítor Pereira.

Muito criticado pelas decisões da semana passada, hoje ele precisará de enorme criatividade tática e estratégica para suportar a pressão, e conseguir vazar a defesa rubro-negra. Para sua sorte, esse é justamente o setor um pouco mais frágil do plantel de Dorival Júnior.

Mas não vejo o Corinthians alcançando uma vitória épica sem algum fato extraordinário: um gol logo no início, expulsão, gol contra, apagão geral do Flamengo. Dentro de casa, diante de um Maracanã lotado e com uma equipe robusta no campo e no banco, tudo isso parece bastante improvável.