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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flamengo e Palmeiras: jogo de time grande é bom até sem gol

Gustavo Gómez tenta bloquear finalização de Gabigol, no duelo entre Flamengo e Palmeiras - AGIF
Gustavo Gómez tenta bloquear finalização de Gabigol, no duelo entre Flamengo e Palmeiras Imagem: AGIF

21/04/2022 13h55

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Primeiramente, bom carnaval para quem é de carnaval.

Segundamente, o assunto que me cabe hoje. Flamengo e Palmeiras protagonizaram ontem o primeiro grande jogo do Brasileirão 2022. O melhor 0 a 0 do ano.

Ninguém conseguiu estufar as redes, mas o que se viu foram atuações fortes defensiva e ofensivamente. Lembretes de por que estes times vem dividindo os holofotes nos últimos cinco anos. Daqueles que são, possivelmente, os maiores estrangeiros do século a agraciar nossos gramados: Giorgian De Arrascaeta e Gustavo Gómez. Que homens.

O que eu não vi, particularmente, foi o suposto amassamento do Flamengo sobre o Palmeiras mencionado por alguns colegas e torcedores.

Sem dúvida, testemunhamos um rubro-negro mais forte no segundo tempo e um alviverde pouco inspirado no ataque. Só que futebol não é feito de posse de bola, de passes certos e nem de finalizações.

Um time pode até amassar o outro sem vencer, mas não sem ter inúmeras chances reais de gol. Uma quantidade mínima daqueles lances "pelo amor do meu filhinho", "esse até eu faria", "minhanossassenhora, como perde esse gol", "que milagre foi esse" e outras expressões menos nobres.

Chutes que passam ao largo do gol, desculpem-me, não caracterizam atropelo.

Ontem, o Flamengo finalizou 17 vezes, contra 10 do Palmeiras. No gol, foram duas oportunidades para cada lado, com uma grande chance de cada. Isso é equilíbrio.

Assim como mostraram equilíbrio e força fora de campo os dois treinadores portugueses, trocando presentes e enviando mensagens contra a violência no futebol. "Dentro de campo a rivalidade é muita, a vontade de vencer também, mas isso pode e deve viver com o respeito entre todos", postou Paulo Sousa. E Abel Ferreira escreveu: "O respeito e a rivalidade podem conviver juntos!"

Além da bola jogada dentro de campo, esta é para mim a maior beleza do futebol em geral e do que pode ser esse clássico especificamente: rivalidade com respeito. De preferência, com as torcidas convivendo, gritando e embelezando juntas o espetáculo.