Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Palmeiras: o retranqueiro do melhor ataque
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Tento escrever menos sobre o Palmeiras, juro que tento. Jornalista imparcial e tal. Mas tem dias que os dedinhos coçam sobre o teclado e a coluna praticamente se escreve sozinha.
Dias como ontem, em que o alviverde fez uma partida chata e, rapidamente, voltou a ser a equipe que nunca atua bem, que é retranqueira, sem criatividade, de ligação direta. O mesmo time, pasmem, que conta com o melhor ataque da atual edição da Libertadores, junto com o Flamengo: média de quase três gols por jogo.
E foi assim na Libertadores 2020, que o alviverde venceu com uma das melhores campanhas da história e 33 gols marcados (média de 2,5 tentos por peleja). Ou os 15 anotados na Copa do Brasil. Tudo isso, em meio a um calendário massacrante.
Torcidas e analistas podem achar o jogo feio, claro. Beleza é um conceito subjetivo. Números não são.
Palmeiras e São Paulo fizeram uma partida aporrinhante ontem. Se eu não estivesse assistindo para comentar no Fim de Papo depois, é possível que tivesse cochilado no primeiro tempo (tenho um filho pequeno, não durmo direito há dois anos, me julguem). Pouco se viu do poder ofensivo de que ambos, indiscutivelmente, dispõem.
Falaram em jogo de xadrez. Quem viu o Gambito da Rainha sabe que xadrez pode ser bem mais divertido que isso.
Acho que muita gente lembrou da frase eternizada por Vanderlei Luxemburgo: o medo de perder tira a vontade de ganhar. Como é difícil imaginar Crespo e Abel com pouca vontade de ganhar, espero uma partida bem diferente no domingo. O lado que conseguir quebrar a barreira tática primeiro, provavelmente no erro do adversário, ganhará enorme vantagem.
Só não venham me dizer que uma partida ruim, enfadonha, amarrada define um time. Nem o Palmeiras, nem o São Paulo. Abel e Crespo continuam igualmente lindos - ou feios. Cada um sabe o que agrada-lhe.
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