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Com patrocínio de R$ 10 milhões, BNDES vira mecenas da canoagem

Janaina Lage

Da Folhapress<br>No Rio de Janeiro

22/03/2011 09h02

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou na última segunda-feira que passará a atuar como patrocinador esportivo. O banco vai concentrar os incentivos na canoagem e pode liberar até R$ 10 milhões à categoria neste ano.

Os recursos serão liberados via Lei de Incentivo ao Esporte, que permite a dedução de até 1% do imposto com base no lucro real dos valores doados ou concedidos como patrocínio para projetos desportivos.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, afirmou que a canoagem é um esporte que estava "um pouco órfão" e que o banco trabalhou durante um ano para decidir a modalidade esportiva em que pretende investir em um projeto de longo prazo.

Segundo o BNDES, o banco fez um estudo que levou em conta o potencial para o desenvolvimento da modalidade, a possibilidade de retorno de resultado da atividade e de imagem para o banco, a vocação nacional do esporte e o grau de organização da confederação, que já apresentou planejamento até os Jogos do Rio-2016.

Entre as modalidades esportivas que apresentaram melhor potencial, a canoagem ficou em primeiro lugar e ainda não tinha patrocínio.

Até então, a única inserção do banco no esporte era por meio de empréstimos para a construção das arenas nas quais serão realizados os jogos da Copa de 2014, além do financiamento para projetos de urbanização ligados à Olimpíada de 2016. Na área cultural, o banco já tem atuação consolidada no papel de patrocinador, especialmente no incentivo à produção cinematográfica.

O apoio do BNDES mais do que triplica o orçamento da Confederação Brasileira de Canoagem, que contou com recursos da ordem de R$ 2,7 milhões em 2010. A liberação do patrocínio será feita de acordo com a apresentação de projetos pelo setor.

João Tomasini, presidente da confederação, aponta como prioridade da categoria "universalizar o esporte" com a criação de estrutura em todos os estados, além de investimentos em centros de treinamento em cidades como Rio, São Bernardo do Campo e Caxias do Sul. A canoagem conta hoje com 30 mil praticantes no Brasil. O esporte está organizado em 16 Estados e possui 104 associações.

O ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., afirmou que pretende sensibilizar estatais e empresas privadas quanto à necessidade de apoiar esportes olímpicos. Ele citou como referências o apoio do Banco do Brasil ao vôlei, dos Correios para a natação e também da Caixa Econômica Federal para o atletismo.

Silva Jr. afirmou que a Lei de Incentivo ao Esporte tem aumentado gradualmente a captação de recursos. Em 2007, foram captados R$ 60 milhões. Em 2009, esse valor chegou a R$ 120 milhões. O ministro estima que só no ano passado o volume total de captações tenha alcançado os R$ 200 milhões. No Pan do Rio-07, o Brasil conquistou apenas uma medalha na prova de caiaque.

Em outubro de 2010, outra estatal, a Petrobras, anunciou investimento de cerca de R$ 20 milhões anuais (um total de R$ 100 milhões) para cinco modalidades: levantamento de peso, esgrima, boxe, taekwondo e remo, também via Lei de Incentivo.

Investimentos

Luciano Coutinho afirmou que uma estimativa preliminar dos investimentos para a Rio-16 é de até R$ 13 bilhões. O valor inclui investimentos em acessibilidade, rede de transportes, infraestrutura aeroportuária, hotelaria, sistemas de vigilância e segurança.

Coutinho destacou que ainda não existem números definitivos porque parte dessa infraestrutura já estará pronta para a Copa do Mundo de 2014.