Tida como bem sucedida dentro das quadras, a primeira edição do NBB teve uma avaliação positiva também no balanço financeiro dos clubes, principalmente no que diz respeito ao retorno de mídia para os patrocinadores. O sucesso nos bastidores da competição, entretanto, ainda não foi homogêneo, contemplando principalmente as equipes que estiveram no topo da tabela.
O principal ponto destacado pelos dirigentes dos times foi o retorno proveniente do número de jogos transmitidos pela televisão, que na primeira fase alcançou o número de 30 partidas.
"O ano foi acima da média para nós. Tivemos bastante visibilidade ao longo da competição, o que agradou aos patrocinadores da equipe. Nós tivemos dez jogos transmitidos pela
SporTV", comentou Luizão, supervisor de basquete do Joinville. Na primeira fase, o time do sul apareceu cinco vezes na grade do canal e outras cinco durante os playoffs. À frente do time de Alberto Bial durante a classificação estão somente o Flamengo, com nove aparições, e o Brasília, com seis, em uma repetição das finais do NBB.
O mesmo não pode ser dito da modesta equipe do Saldanha da Gama, que terminou o campeonato na vice-lanterna do NBB. A equipe do Espírito Santo contou apenas com o apoio da prefeitura da cidade e teve um ano abaixo da média em quadra, fato que na opinião do supervisor Alarico Lima prejudicou a exposição do time. "Como a gente não tava indo bem, a TV não se interessou", lamentou o dirigente. "Poderia haver uma isonomia maior. É importante porque isso faz com que o basquete cresça em outras regiões além de São Paulo e Rio de Janeiro".
TRANSMISSÕES NA 1ª FASE |
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Flamengo | 9 |
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Universo/Brasília | 6 |
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Ciser/Araldite/Univille/Joinville | 5 |
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GRSA/Itabom/Bauru | 5 |
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São José/Unimed/Vinac | 5 |
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Pitágoras/Minas | 5 |
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Pinheiros/Mackenzie | 4 |
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Vivo/Franca | 4 |
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Winner/Limeira | 3 |
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Paulistano/Amil | 3 |
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Assis Basket | 3 |
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Lupo/Araraquara | 3 |
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Saldanha da Gama | 2 |
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Cetaf/Garoto/UVV/PMVV | 2 |
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Univates/Bira | 2 |
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Com dois jogos transmitidos na primeira parte do NBB, o supervisor sugere uma revisão nas prioridades da Liga. "Acaba prevalecendo o interesse da televisão. Claro que ela é importante, mas precisamos ser cuidadosos para ele não prejudicar o desenvolvimento do basquete como um todo", argumenta Lima. O tempo escasso na grade da TV, contudo, não impede que o clube anuncie nos próximos dias um novo patrocinador. "A mídia aqui do Espírito Santos acompanha bastante a gente e o público gosta de basquete", ressaltou.
Além do Saldanha da Gama, outros clubes vivem o privilégio de angariar novos patrocinadores antes da próxima temporada. Nono colocado na competição, o Paulistano desfruta de um crescimento na confiança do mercado em relação ao esporte. "Você já vê outras pessoas interessadas em investir no basquete. Diante da repercussão da primeira edição do NBB, as pessoas voltaram a olhar o basquete com outros olhos", afirmou Charles Eide, supervisor da modalidade no clube.
A três meses do início da próxima temporada, a Liga pretende aumentar a quantidade de clubes participantes, mas na contra mão do contexto de pujança do basquete nacional, Limeira já anunciou que não estará presente no próximo campeonato. "Este é um problema de apoio da prefeitura. É complicado depender do apoio municipal, pois tem ano que você tem ajuda, no outro não", lamentou Eide.