UOL Esporte Basquete

21/09/2006 - 21h32

Após 12 anos de domínio, EUA perdem e estão fora da final

Giancarlo Giampietro e Vicente Toledo Jr.
Em São Paulo
A Rússia pôs fim, nesta quinta-feira, a uma supremacia de 12 anos dos Estados Unidos no basquete feminino e tirou da briga pelo ouro a equipe que era favorita disparada ao título.

AFP/FI
Korstin liderou a Rússia na vitória na
semi acabando com domínio dos EUA
PÁGINA DO MUNDIAL FEMININO
A seleção européia bateu a norte-americana por 75 a 68 e avançou à final do Mundial, em São Paulo. No sábado, às 14h, enfrenta a Austrália na decisão. Já os Estados Unidos encaram o Brasil na disputa pelo bronze às 9h30.

Esta foi a primeira derrota do time norte-americano em Mundiais desde a eliminação na semifinal de 1994, justamente diante do Brasil. De lá para cá, foram 50 vitórias consecutivas, dois títulos mundiais e três ouros olímpicos.

"Não estámos acostumadas a perder. Vai demorar um pouco para nos recuperarmos, mas não queremos voltar para casa com uma nova derrota. Queremos o bronze", disse a técnica Anne Donovan.

A altura das russas prevaleceu diante da capacidade atlética das norte-americanas, e o time europeu dominou os rebotes. As pivôs Maria Stepanova, com 13 pontos e 11 rebotes, e Tatiana Shchegoleva, com 10 pontos e 11 rebotes, foram soberanas.

As russas também apostaram em uma marcação por zona. Os Estados Unidos chegaram à partida com o melhor aproveitamento de três pontos da competição, mas nesta quinta a bola não caiu no Ibirapuera - errou 14 de 22 chutes (36,4%). "Tivemos boas oportunidades, mas não as convertemos. Foi só isso", afirmou Donovan.

A vitória da Rússia também surpreendeu pela campanha irregular que a equipe fez durante o torneio. O time só conseguiu sua vaga nos mata-matas na última rodada da segunda fase. Corria o risco de enfrentar a Austrália logo nas quartas-de-final, mas uma vitória da França para a China a empurrou para a terceira colocação e para o duelo contra a Espanha.

"Progredimos muito durante o torneio e mostramos que não devemos temer ninguém. Agora é a hora de sermos campeãs", comemorou a armadora Ilona Korstin, que terminou o jogo com 15 pontos, cinco rebotes e três assistências. "Trata-se de um torneio muito longo, e você está sujeito a altos e baixos", afirmou o treinador Igor Grudin. "Esperamos por essa vitória por muito tempo", completou.

O jogo
Acostumada a liderar suas partidas desde o início, a seleção norte-americana viu as russas abrirem vantagem de 17 a 9 nos primeiros cinco minutos de jogo. E não conseguiu voltar à liderança em nenhum outro momento.

OS NÚMEROS DO CONFRONTO
43,2%Dois pontos39,6%
57,1%Três pontos36,4%
68,4%Lances livres46,2%
37Rebotes33
12Assistências12
18Erros16
12Pontos - banco19
RússiaEstatísticaEUA
Depois de perder o primeiro quarto por 25 a 13, as norte-americanas esboçaram reação nos cinco primeiros minutos do segundo período. O time marcou dez pontos e permitiu apenas três ao adversário, reduzindo o marcador para 28 a 23. Mas as russas conseguiram manter a vantagem até a saída para o intervalo. Saíram aplaudidas de quadra, enquanto os Estados Unidos eram vaiados, perdendo por 37 a 32.

No terceiro período, para surpresa geral, a Rússia voltou a se distanciar no placar com uma defesa ainda mais eficiente. Só tomaram seis pontos em dez minutos e foram para o quarto final com vantagem na casa dos 20 pontos: 58 a 38. A essa altura, a torcida já cantava "Rússia".

A técnica Anne Donovan só colocou sua equipe para fazer marcação pressão no quarto período. Em primeiro momento, deu certo, e o marcador caiu para 60 a 49 após cesta de três de Diana Taurasi.

Mas as russas conseguiram se reencontrar em quadra e estenderam para 17 pontos, com 70 a 53, a quatro minutos do fim.

Ataques desesperados dos Estados Unidos conseguiram voltaram a cortar a diferença. A armadora Sue Bird converteu uma bola de longa distância e deixou o marcador em 73 a 68, com pouco mais de 40 segundos no cronômetro.

Na posse de bola seguinte, Oxana Rakhmatulina errou seus dois lances livres, mas, depois, a ala-pivô Candace Parker errou uma bandeja, sozinha debaixo da cesta.

"Houve momentos em que nos aproximamos, mas ficamos no quase. Infelizmente não vamos jogar pela medalha de ouro, mas temos de erguer a cabeça para outra partida muito dura contra o Brasil", disse a ala Sheryl Swoopes, a mais experiente do time, com 35 anos.

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