UOL Esporte Basquete

21/09/2006 - 20h15

Final inédita consolida ascensão australiana em Mundiais

Giancarlo Giampietro e Vicente Toledo Jr.
Em São Paulo (SP)
Considerada uma das grandes potências do basquete feminino internacional, a Austrália vai disputar a final do Mundial pela primeira vez em sua história. As representantes da Oceania se classificaram ao derrotarem o Brasil por 88 a 76, nesta quinta-feira, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

Tradicionais algozes da seleção brasileira - bateram o país também nas semifinais olímpicas em Sydney-2000 e Atenas-2004 -, as australianas estiveram em desvantagem durante toda a partida, mas conseguiram uma virada sensacional no último quarto.

"Mostramos o espírito australiano ao virar o jogo no último quarto. Estamos fazendo história, é a primeira vez que vamos a uma final de Mundial. Estamos determinadas a vencer a final e buscar essa medalha de ouro", comemorou a ala Belinda Snell, um dos destaques da partida com 22 pontos.

Apesar de ter conquistado duas pratas Olímpicas consecutivas, a Austrália jamais havia conseguido alcançar a final do Mundial. Antes, seus melhores resultados eram os terceiros lugares obtidos em 1998 e 2002, quando caiu justamente nas semifinais.

O país começou a crescer na modalidade em meados da década de 90, sob o comando do técnico Tom Maher, hoje na China. Em 1994, organizou o Mundial e teve que se contentar com o quarto lugar. "A gente sabe como é difícil jogar um Mundial em casa, a expectativa é muito grande", contou a técnica Jan Stirling.

Mas a história do basquete feminino australiano nos Mundiais começou a mudar mesmo em 1998, quando uma jovem pivô de 17 anos chamada Lauren Jackson estreou no torneio e colocou o país no grupo dos quatro melhores pela primeira vez.

Oito anos depois, já com status de estrela, ela continua fazendo a diferença. Enquanto a pivô Alessandra conseguiu marcá-la, o Brasil manteve suas chances de ir à final. Mas Lauren desencantou no último quarto e comandou a virada australiana, terminando o jogo com 19 pontos, sete rebotes e três bloqueios.

"As brasileiras marcaram bem a Lauren nos três primeiros quartos, mas ela é uma jogadora fantástica , voltou muito forte para o último quarto e decidiu o jogo para a gente", disse Snell, que tem sido uma das principais coadjuvantes da equipe ao lado da também ala Penn Taylor.

O grande desafio da seleção da Austrália agora é subir mais um degrau e derrotar a Rússia, vice-campeã nas duas últimas edições e responsável pela eliminação dos EUA, na decisão de sábado. Se conseguir a proeza, entrará no seleto grupo de países campeões mundiais, ao lado de EUA, União Soviética e Brasil.

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