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  12/09/2006 - 11h04
Em 1971, bronze saiu com impulso da torcida

Giancarlo Giampietro e Vicente Toledo Jr.
Em São Paulo

Antes da equipe liderada pela dupla Paula e Hortência, campeã em 1994, uma outra geração brilhou pelo basquete brasileiro. A primeira medalha de uma seleção feminina no Mundial da modalidade saiu 35 anos atrás, quando a cidade de São Paulo recebeu o torneio, assim como o faz novamente a partir desta terça-feira.

HOMENAGEM
Em São Paulo, o Sesc Vila Mariana abriu a exposição "Mulheres de Bronze" em homenagem à conquista da medalha no Mundial de 1971.

A mostra vai até o dia 24 de setembro, com visita gratuita.
- Horários: de terça a sexta, das 9h às 21h30; Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30.

- Local: rua Pelotas, 141
Em 1971, impulsionada por forte presença de público, a seleção do técnico Waldir Pagan Peres conquistou a medalha de bronze, superada apenas pelas extintas União Soviética (ouro) e Tchecoslováquia (prata).

"O Mundial foi logo após a copa de 70, naquela euforia com a conquista do futebol e o esporte em geral", afirmou Maria Helena Cardoso, hoje treinadora, então um dos destaques da equipe. "Mas não esperávamos aquilo, assustou. Foi uma surpresa para nós de ver tanta gente ao entrar no Ibirapuera", disse Heleninha, que é assistente de Maria Helena na Ponte Preta.

Por "aquilo", entenda-se um ginásio completamente tomado e extasiado. "No primeiro jogo contra a França, não dava para acreditar. Ultrapassou por completo o que esperávamos, foi um exagero de público. Eram muitas bandeiras por toda a platéia. Foi um momento para nunca mais esquecer na vida", recordou Maria Helena. "Pra falar a verdade, até trememos naquela hora."

Nervosas, as jogadoras brasileiras permitiram que a França controlasse o marcador no primeiro tempo. Apenas na volta do intervalo que elas conseguiram se tranqüilizar, virar a partida e "fazer o que se treinava", segundo Heleninha.

Da estréia até a despedida do torneio, foi assim. Diferentemente da atual edição do Mundial, a seleção entrou em quadra basicamente à noite. "Apenas de fim de semana que jogávamos de dia. Ficava difícil de encontrar ingresso. Nós tínhamos direito a dois bilhetes, que ficavam para o pai e a mãe. Os amigos pediam, mas não tinha jeito", contou Heleninha. "O público foi o que nos impulsionou, foi maravilhoso do começo ao fim", disse Maria Helena.

Folha Imagem
Maria Helena, hoje técnica, se recorda de ginásio lotado na campanha do bronze
A empolgação da torcida, no entanto, acabou causando um incidente que pode ter custado a medalha de prata para a seleção. Na confronto direto com a Tchecoslováquia, as européias abriram vantagem no início.

"A partida decidiria quem levaria a prata. Estávamos perdendo, mas, no segundo tempo, o momento virou em nosso favor. Reagimos, reduzimos a diferença, até que alguém atirou um sorvete em quadra, e o jogo parou. Isso quebrou o ímpeto daquela reação. Elas voltaram da quadra de outra maneira, equilibradas. Perdemos para um sorvete", afirmou Maria Helena.

De todo modo, o bronze marcou uma fase. Empolgadas com a medalha, as brasileiras depois conquistaram, na Colômbia, o primeiro ouro em Jogos Pan-Americanos. "A medalha no Mundial levou a gente a acreditar, a crescer e buscar a medalha no Pan. Foi o auge de um grupo maduro", disse Maria Helena.

"Espero que tenhamos o mesmo clima dessa vez", completou Heleninha.

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