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Time da NBA é forçado a doar R$ 40 milhões após assédio a ex-funcionárias

Mark Cuban, dono do Dallas Mavericks, fez acordo de R$ 40 milhões após casos de assédio - Kevin C. Cox/Getty Images
Mark Cuban, dono do Dallas Mavericks, fez acordo de R$ 40 milhões após casos de assédio Imagem: Kevin C. Cox/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

19/09/2018 17h16

Após uma apuração de sete meses comprovar um “ambiente tóxico de trabalho” em suas dependências, o Dallas Mavericks entrou em acordo com a NBA para doar 10 milhões de dólares (cerca de R$ 41,3 milhões) a organizações que promovam mulheres em cargos de liderança e combatam violência doméstica. O anúncio foi feito pelos investigadores nesta quarta-feira (19).

O relatório divulgado tem 43 páginas. Foram mais de 1,5 milhão de documentos apurados, além de 215 entrevistas com funcionários e ex-funcionários que trabalharam nos Mavericks nos últimos 20 anos. A conclusão é de que ocorreram “numerosos casos de assédio sexual e outras condutas impróprias na franquia durante um período de quase vinte anos”.

Segundo informa o relatório, o dono do Dallas Mavericks, Mark Cuban, concordou em doar 10 milhões de dólares para “organizações comprometidas a apoiar a liderança e desenvolvimento de mulheres na indústria do esporte e a combater violência doméstica”. Tais entidades serão escolhidas por um comitê com representantes da franquia e da NBA. O valor da doação é quatro vezes maior do que o teto de multas que a liga pode impor às franquias.

Além do dinheiro, a franquia texana se compromete a atualizar a NBA a cada três meses quanto ao progresso na implementação de recomendações para um ambiente de trabalho livre de abusos. As orientações incluem o reporte imediato em casos de denúncias de má conduta e um treinamento para funcionários sobre violência doméstica, assédio e abuso sexual.

Entenda o caso

O escândalo estourou nos Mavericks em fevereiro, quando a revista ‘Sports Illustrated’ denunciou um ex-presidente da franquia, Terdema Ussery, de assediar diversas ex-funcionárias. Segundo a publicação, ele intimidava mulheres e montava uma equipe diretiva misógina que encobria eventuais reclamações internas. As denúncias foram provadas pela investigação implantada pela NBA.

De acordo com relato de uma mulher que trabalhou com Ussery, ele a pressionou em uma ocasião para fazer sexo grupal — ela negou e contou a outras funcionárias, que ouviram sobre o assédio sem surpresa. Em outro caso, uma mulher assediada afirmou que diversas funcionárias deixavam os Mavericks por conta do comportamento do então presidente.