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Relação com LeBron está por trás de pedido de Kyrie; NY pode ser destino

LeBron James e Kyrie Irving foram os nomes do Cleveland Cavaliers - Ken Blaze/USA TODAY Sports
LeBron James e Kyrie Irving foram os nomes do Cleveland Cavaliers
Imagem: Ken Blaze/USA TODAY Sports

Do UOL, em São Paulo

22/07/2017 20h16

Kyrie Irving decidiu ser protagonista na NBA. Por um lado, sua intenção de assinar com outra franquia pega LeBron James e Cleveland Cavaliers de surpresa. Por outro, atiça o mercado: quatro equipes surgem como possível destino para o armador, estando o New York Knicks na dianteira.

A saída de Irving é como uma declaração de independência. Segundo o site especializado The Vertical, a relação com LeBron James está por trás da decisão de Kyrie, que pediu à direção dos Cavs para ser trocado. Draftado pelo time de Cleveland em 2011, ele foi calouro do ano e principal peça da reconstrução da franquia, que vivia o ocaso após a saída de LeBron James para o Miami Heat. Em 2014, no entanto, o retorno de James limitou Kyrie à condição de coadjuvante e, mesmo após ter disputado três finais seguidas, o armador se cansou da hierarquia e decidiu se libertar.

Há cinco meses, na semana do All-Star Game, ele relembrou como reagiu à chegada de LeBron há três anos. “Eu estava tentando entender tudo de uma vez, então demorou um pouco. Não parecia perfeito. Muita da arrogância e da aura que eu tinha, tive que abrir mão completamente. Livrar-me do ego, do egoísmo que todos temos, de ser o jogador especial toda noite. A verdade é que você pode ser aquele jogador com outros ótimos jogadores, só precisa pensar em como fazer isso”, disse na ocasião, segundo o The Vertical. Agora, porém, parece ter mudado de ideia.

James, por sua vez, decidiu não se envolver na história. Segundo a ESPN americana, ele disse aos companheiros de equipe estar focado em sua própria pré-temporada, mas não gostou nada da notícia.

Para LeBron James, perder o apoio de Irving é como perder parte de sua força. Na última temporada regular, a dupla combinou para média de 51.6 pontos por jogo (26.4 de LeBron; 25.2 de Kyrie). 

Daí surge a vontade de Kyrie em dar fim ao dueto. Ele descobriu ter condições de ser aquilo que os norte-americanos chamam de “franchise player”: um atleta que pode, além liderar o quinteto em quadra, ser o pilar em torno do qual se constrói uma equipe.

Não por coincidência, as franquias que o disputam têm em comum elencos equilibrados, o que daria a Kyrie a oportunidade de se desenvolver como superestrela. Os Knicks disputam o craque com Heat, Minnesota Timberwolves e San Antonio Spurs.

Frente à vontade expressa do armador, os Cavs têm três opções: rejeitar o pedido e manter um Irving contrariado em seu elenco (ele ainda tem dois anos de contrato); obter jovens atletas e escolhas de draft em uma troca; ou procurar veteranos para uso imediato, ainda mais porque LeBron James será agente livre ao final desta temporada e também pode resolver ir embora.

Um dos agravantes para a franquia é que o desagrado de Irving aparece em má hora: Paul George e Jimmy Butler, que os Cavs chegaram a sondar no mercado, fecharam novos contratos no mês passado. Assim, a franquia que polarizou a NBA com o Golden State Warriors pode não ter vida tão fácil daqui em diante.