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Oscar joga pouco, mas mostra mão afiada no Jogo das Celebridades da NBA

Do UOL, em São Paulo

17/02/2017 23h57

Trinta e três anos após recusar o New Jersey Nets para poder jogar pela seleção brasileira, Oscar Schmidt fez sua primeira partida em uma quadra da NBA. O jogo, obviamente, não foi oficial, mas serviu para que os amantes do basquete pudessem presenciar algo que as regras do passado não permitiram.

No Jogo das Celebridades, evento tradicional do Final de Semana das Estrelas, Oscar jogou pouco – apenas 13 minutos -, mas o suficiente para mostrar que continua com a pontaria afiada - acertou as duas cestas que tentou. Depois da partida, o "Mão Santa" admitiu: faltou ficar mais tempo em quadra.

“Faltou nada (na festa). Faltou jogar um pouquinho mais, mas tudo bem, faz parte da festa. Se eu tivesse arremessado 20, seriam 20 em 20”, afirmou à “ESPN Brasil”. 

Oscar entrou pela primeira vez no segundo quarto. No primeiro passe que recebeu, o “Mão Santa” se posicionou e lançou para converter dois pontos.

De volta à partida no quarto período, Oscar manteve o 100% de aproveitamento. Logo na primeira bola que recebeu, mais dois pontos. Pouco depois, no entanto, o brasileiro foi mais uma vez substituído, não voltando mais para a partida.

A falta de tempo do brasileiro na partida chegou a incomodar os torcedores nas redes sociais.

A técnica do time de Oscar era Jemele Hill, apresentadora da ESPN dos Estados Unidos. E o Twitter dela foi alvo da ira dos brasileiros. Um deles mandou uma mensagem perguntando se ela tinha ideia de quem era Oscar Schmidt. E ela respondeu: “somente o maior cestinha da história da Olimpíada”.

 

A partida terminou em 88 a 59 para o time de Oscar. O jogo das Celebridades conta com personalidades de diversas áreas. No time de Oscar estiveram o cantor Win Butler (Arcade Fire) e o ator Ansel Elgort (A Culpa é das Estrelas). Na equipe adversária, nomes como do ator Tom Cavanagh (Flash) e o chef de cozinha Aarón Sanchez.

As homenagens a Oscar Schmidt começaram na última segunda-feira (13). Durante a partida entre Brooklyn Nets e Memphis Grizzlies, o brasileiro entrou em quadra para receber o uniforme da franquia de Brooklyn com o número 14 e o sobrenome Schmidt às costas.

Em 1984, o "Mão Santa" foi escolhido no Draft pelos Nets (então New Jersey Nets) para jogar na NBA, mas recusou o contrato porque precisaria deixar de atuar pela seleção brasileira para ingressar na liga. À época, por regra, os jogadores da NBA eram impedidos de defenderem seus países - tal determinação caiu em 1989.

O "Mão Santa" afirma que não se arrepende da decisão de privilegiar a seleção brasileira em relação à NBA, e os números que alcançou sustentam esse posicionamento: com 49.737 pontos, é o maior cestinha da história do esporte, superando por mais de 3 mil pontos o segundo colocado, Kareem Abdul-Jabbar (46.725), ex-Bucks e Lakers. 

Oscar fez sua carreira nos clubes: atuou no Brasil por equipes como Palmeiras, Sírio, Mackenzie, Corinthians e Flamengo, e também foi astro no basquete italiano e espanhol.

Na seleção, liderou a conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis (EUA), sobre os anfitriões, em 1987, três anos depois de rechaçar a proposta dos Nets. Foi o título que lhe deu fama internacional.