Efeito Curry faz lendas da NBA debaterem sugestão de cesta de 4 pontos
Na temporada regular da NBA, Stephen Curry bateu o próprio recorde de bolas de três. Na temporada 2014/2015, que terminou com o título do seu Golden State Warrios, ele havia acertado 286 arremessos – número batido pelos 402 acertos em 2015/2016. O “efeito Curry” tem mudado o melhor basquete do mundo, que vê seus jogadores chutarem (e acertarem) cada vez de mais longe. E esta nova realidade fez com que volte a se cogitar a inclusão na regra das cestas de quatro pontos.
“É uma comédia”, acredita Reggie Miller, um dos maiores arremessadores da história, que está no Hall da Fama da NBA. “[Se isso acontecer] A Liga vai ser motivo de risada. E eu vou ser o primeiro na beira da quadra morrendo de rir. Por que nos sempre estamos tentando mudar e ajustar o jogo?”, opinou à revista The New Yorker.
Na opinião da lenda Larry Bird, no entanto, o debate é válido porque o basquete mudou muito nos últimos anos. Bird estreou na NBA justamente no em que passaram a valer os três pontos, em 1979, e traçou uma comparação dos tempos atuais com sua época.
“Quando começaram os chutes de três, alguns times arremessavam cinco bolas de três e isso era muito. Leva tempo [para adaptar-se]”, disse Bird.
“É curioso como o jogo mudou. O que eu penso é o seguinte. Eu estava realmente preocupado 16, 17 anos atrás, como os jogadores menores não teriam mais um lugar na NBA, que os armadores teriam que ser todos grandes como Magic Johnson. Então os jogadores começaram a chutar mais de três e abrir espaço na quadra, e todo mundo quer jogadores menores agora. Vendo os garotos jogarem agora, às vezes eu penso ‘nossa, cara, como eles sabem chutar’”, continuou a lenda do Boston Celtics.
“Esses jovens estão arremessando de mais longe e com mais pontaria. Agora alguns times chutam 30 bolas de três por jogo. A minha era todos falam que foi a maior, mas eu não tenho tanta certeza mais”, concluiu Bird, sem descartar mudança na regra devido aos novos tempos na NBA.
Miller, no entanto, insiste que a mudança não faria bem para o jogo. Segundo ele, Stephen Curry é exceção e não pode ser encarado como padrão de jogo. Além de que a mudança não seria pedagógica às novas gerações.
“Os jovens não estão trabalhando aquele chute de média distância mais. Ou é uma bandeja no garrafão, um lance livre ou um chute de três. Onde está o jogo de meia distância. Virou passado”, argumentou.
“Ele [Curry] é só um cara. Ninguém mais tem aquele estilo de jogo. Talvez Damian Lillard. Se tivesse outros jogadores fazendo o que Curry faz, aí sim poderíamos conversar sobre a mudança na regra. Mas ainda assim soa como se fôssemos transformar o basquete num pinball com arremessos de quatro pontos. Eu só acho que um arremesso de quatro pontos seria uma engenhoca”, afirmou Miller.
“Quando eu jogava, eu nunca pratiquei chutes de três pontos. Mas é tudo que eles fazem hoje. O jogo mudou, sem dúvida. A cada 10, 12, 15 anos, tem algo novo chegando. Você coloca a linha de quatro pontos e as pessoas vão começar a treinar. E uma vez que eles estão treinando, eles vão ficando melhor. Talvez aqui cinco ou 10 anos, chutes de quatro são o que todo mundo vai estar tentando. O jogo evolui”, retrucou Bird.
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