UOL Esporte Basquete
 
22/02/2010 - 06h55

Volta do Uberlândia ao basquete esvaziará o Brasília, atual líder do NBB

Jorge Corrêa*
Em Uberlândia (MG)

Com um título brasileiro em 2004 e outro da Liga Sul-Americana em 2005, Uberlândia está órfã do basquete desde 2007. Mas esse hiato de uma das mais tradicionais equipes do Brasil está próximo do fim. Isso porque o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), dono da franquia da cidade mineira, já confirmou a reativação do time para a próxima edição do Novo Basquete Brasil, marcado para a temporada 2010/11.

ARRUDA GARANTIU BRASÍLIA ESSE ANO

  • A sobrevivência do time comandado pelo técnico Lula Ferreira se deve graças a um pedido pessoal feito por José Roberto Arruda, governador eleito do Distrito Federal, mas que atualmente está preso há 11 dias na sede da polícia federal do DF por uma série de denúncias de corrupção.

    Quem revelou esse pedido foi o senador Wellington Salgado (FOTO). Ele é dono da Universo (Universidade Salgado de Oliveira), mantenedor da equipe. A ideia do dono era levar, já para essa atual temporada, a equipe para a cidade mineira de Uberlândia, onde ele possui outra franquia, atualmente não utilizada da competição.

Só que o reinicio do time Uberlândia vai significar o esvaziamento, ou até mesmo o fim, de uma das melhores equipes do país nos últimos anos, o Brasília. Isso porque o time do Distrito Federal também é de propriedade do senador, que pretende levar a base do líder da atual edição do NBB para Minas Gerais, onde fica seu território eleitoral e onde pretende se candidatar a deputado federal este ano.

Salgado é proprietário da Universo (Universidade Salgado Oliveira), atual mantenedora do time de Brasília, assim como também é dono da Unitri (Universidade do Triângulo), que manteria o time em Uberlândia. “Atualmente, os jogadores têm carteira assinada com o departamento de marketing da universidade, recebem 13º e tudo mais, certinho. Seria como se eles mudassem de emprego normalmente”, explicou o senador.

Mas mesmo com a mudança da equipe para Minas Gerais, Wellington Salgado deve manter uma equipe em Brasília. “Na época que a Liga [Nacional de Basquete, que comanda o NBB] estava vendendo as franquias, em comprei duas [no valor de cerca de R$ 200 mil cada]. Não pretendo fechar o time de Brasília, mas a base será trazida para cá. Só não sei se teremos patrocínio suficiente para ter um time forte lá. Mas aqui já está tudo certo”, completou.

Pra que time eu vou?

Tanto Salgado quanto o Jorge Bastos, diretor do Brasília, disseram que nenhum jogador será forçado a deixar o Distrito Federal para ir para Minas Gerais. Eles poderão escolher em que time jogar. Mas eles confiam que os principais atletas estarão em Uberlândia. “Os jogadores terão a chance de ir para onde tiverem mais afinidade. Mas a base deverá estar aqui, até por uma questão de mercado”, disse Bastos.

Quando questionados sobre o assunto, os jogadores do Brasília que estiveram no Jogo das Estrelas do NBB preferiram desconversar. Apenas Alex não se furtou em responder. Após pensar alguns segundos, disse, com um grande sorriso no rosto: “Para qual dos dois times eu vou? Para qual pagar mais! Me saí bem nessa, não?”

O técnico Lula Ferreira também preferiu fugir de qualquer polêmica agora, quando o time lidera o NBB com apenas uma derrota em 15 jogos. “Não é hora de nos envolvermos com isso, pois ainda nem sabemos como vai acontecer exatamente e temos de estar focados no nosso trabalho, pois é um campeonato difícil.”

"Apenas precisamos comemorar a volta de um importante polo do basquete brasileiro. Uberlândia está para Minas Gerais assim como Franca está para São Paulo no basquete", completou.

Kouros Monadjemi, presidente da LNB, ainda explicou que a entidade não vê problema de dois times do mesmo dono no NBB, pois serão equipes diferentes, com diretorias diferentes, lembrando que Universo e Unitri já existiram juntos por muito anos.

*O repórter viajou a convite da organização

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