05/11/2009 - 13h02

Com presidente suspenso, Federação Sul-Africana pede desculpas a Semenya

Das agências internacionais
Em Joanesburgo (África do Sul)

O Comitê Olímpico da África do Sul (Sascoc) anunciou nesta quinta-feira o afastamento de toda a cúpula dirigente da Federação de Atletismo do país (ASA). A medida funciona como sanção à entidade, cujo presidente Leonardo Chuene admitiu ter mentido a respeito dos testes de feminilidade da atleta Caster Semenya. A meio-fundista, campeã mundial dos 800m rasos, também recebeu uma retratação formal da ASA.

Semenya conquistou o título no Mundial de Berlim em agosto deste ano, mas pouco tempo depois sua feminilidade foi posta em dúvida. A ASA, porém, não defendeu a atleta no caso e Chuene admitiu posteriormente ter submetido a meio-fundista a um teste de verificação de sexo, mas ocultando de Semenya a real intenção dos exames.

A suspensão de Chuene tem "efeito imediato até o encerramento das investigações disciplinares", conforme informou o Sascoc. A entidade sul-africana também anunciou que está considerando "tomar as medidas apropriadas contra a Federação Internacional de Atletismo (IAAF) por invadir a privacidade de Semenya".

Após as decisões tomadas pelo comitê olímpico sul-africano, a ASA emitiu uma nota oficial pedindo desculpas pública e incondicionalmente a Semenya, à família da atleta, ao presidente da África do Sul e à população daquele país pela "maneira como o processo de verificação de feminilidade foi realizado".

Todas essas medidas vêm na sequência de um questionamento feito pelo Congresso Nacional da África do Sul a respeito das atitudes da ASA e do médico responsável pelo caso. "Eles poderiam ter lidado melhor com o assunto, levando o país em consideração e sem mentir", apontou o congresso.

Recentemente, o jornal australiano Daily Telegraph publicou a notícia de que Semenya seria hermafrodita - ou seja, conteria os dois sexos. A IAAF recusou comentar o caso e nem deve tomar decisões sobre o teste de feminilidade até o final deste mês.