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Bicampeã olímpica recorre à Justiça contra regra para reduzir testosterona

Caster Semenya, da África do Sul, antes dos 800m rasos no Mundial de Londres - David Ramos/Getty Images
Caster Semenya, da África do Sul, antes dos 800m rasos no Mundial de Londres Imagem: David Ramos/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

18/06/2018 13h04

Depois de muita polêmica, a bicampeã olímpica Caster Semenya vai recorrer à Justiça desportiva contra as regras impostas pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF). De acordo com o novo regulamento, as mulheres com hiperandrogenismo -  distúrbio endócrino caracterizado pelo excesso de andrógenos como testosterona - serão obrigadas a tomar medicamentos para reduzir as taxas de testosterona. Segundo os seus advogados, a sul-africana deveria entrar com recurso nesta semana no Tribunal Arbitral do Esporte, em Lausanne, na Suíça. No entanto, até o momento o Tribunal ainda não havia recebido a documentação. 

"Lamento muito ter sido colocada novamente como alvo. Não quero falar novamente sobre essa regra, somente quero correr ao natural, sem medicamentos, como eu nasci", declarou a atleta em documento. 

A IAAF, entidade que regula o atletismo mundial, anunciou no fim de abril que a partir de novembro as novas regras seriam aplicadas para as atletas que produzem muita testosterona de forma natural. Na África do Sul, a medida foi encarada como uma perseguição direta a Caster, que ganhou o ouro nos 800 m nos Jogos do Londres, em 2012, e do Rio de Janeiro, em 2016. A Confederação Sul-Africana também entrou com recurso no Tribunal Arbitral contra a medida.

Antes do Mundial de atletismo da Alemanha, em Berlim, em 2009, ela também teve de ser submetida a exames para comprovar que poderia competir com outras mulheres. "Não é justo que alguns questionem que eu sou. Sou uma mulher e sou rápida", afirmou Semenya.