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Brasileiro não se intimida com explosão e diz que pretende voltar a Boston em 2014

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

16/04/2013 06h00

Pela primeira vez como corredor na Maratona de Boston, o brasileiro David Homsi, fisioterapeuta de 36 anos, passou pela linha de chegada minutos depois da explosão. Apesar do susto causado pelo incidente nos Estados Unidos, ele garante que está tranquilo e disposto a retornar na prova em 2014.

“Isso não vai estragar a prova, a mais antiga do mundo. Não vai diminuir o número dos atletas e pretendo estar nela no ano que vem, ou no departamento médico ou correndo”, disse Homsi que esteve na prova nos últimos seis anos, apenas em 2013, ele participou como corredor. Nos demais, ele integrou a comissão médica.

Apesar de ver o ocorrido como um caso isolado, ele espera encontrar dificuldades em seu retorno ao Brasil nesta terça-feira. “Imagino que não vai estar normal no aeroporto. Vai ter uma fiscalização maior, mas, não estou com medo não. Estou tranquilo”, falou.

Como terminou a prova com tempo de 3 horas e 54 minutos, Homsi estava muito próximo da explosão quando tudo aconteceu (o relógio marca 4h09min no instante da tragédia). No momento, ele pegava a medalha de participação na prova.

“Eu vi o que aconteceu, quando você passa pela dispersão, tem toda a parte de troca de roupa, foto e medalha até sair do local. Eu estava a 100 metros da chegada, pegando a medalha no momento”, afirmou o atleta, que não se feriu, apenas se assustou.

De acordo com Homsi, os competidores não perceberam que era uma bomba que havia explodido. Eles cogitaram ser bueiros, pois a região é cheia deles, ou até fogos de artifício.

“Todos pensaram que eram fogos nos primeiros 10 segundos. Depois da segunda explosão e a presença de polícia e ambulância, os atletas começaram a ser empurrados para a área ser isolada. Neste momento, passam cerca de 100 atletas por minuto no local. Ninguém estava entendendo o que estava acontecendo. Os atletas continuaram passando. Têm muitos bueiros nesta região”, completou.

Segundo o brasileiro, nenhum atleta foi para o hospital. O único ferido foi um senhor de idade que caiu no momento da explosão. Em relação aos compatriotas, Homsi falou que todos da torcida do Brasil estavam a uma quadra de distância.

Como está nos Estados Unidos na casa de um amigo, o fisioterapeuta se preocupou em avisar os familiares. Segundo ele, os pais estavam tranquilos quando ele ligou, pois já haviam visto a foto do filho no Facebook após a chegada. Perguntado se recebeu alguma orientação dos familiares, o único pedido foi: “Pediram para não sair de casa”, finalizou.