Renato e Abel buscam lugar entre os grandes treinadores da Libertadores

Donos de um título da Libertadores, Renato e Abel querem entrar para o "clube do bi". Eles ainda não chegam em Carlos Bianchi, recordista absoluto com as quatro taças vencidas, sendo três pelo Boca Juniors e uma pelo Vélez Sarsfield, e também não atingem ainda o lendário Osvaldo Zubeldia, tricampeão de forma consecutiva pelo Estudiantes. Quem levar a melhor, no entanto, ficará em boa companhia, e igualará os brasileiros com mais conquistas.

Tido por muitos como o maior técnico brasileiro de todos os tempos, Telê Santana superou as perdas das Copas de 1982 e 1986 com dois títulos da Libertadores. Ídolo do torcedor do São Paulo, Telê conduziu o clube às taças de 92 e 93 e ainda beliscou o vice na temporada seguinte.

Habituado aos jogos de Copas, Luiz Felipe Scolari fez valer sua fama para ganhar duas vezes o torneio. Com o Grêmio (96) e o Palmeiras (99), Felipão montou equipes que uniam classe a muito compromisso tático.

Luís Alonso Pérez, o Lula, foi o técnico que comandou o esquadrão do Santos na década de 60. Vitorioso da Libertadores em 62 e 63, ele, que trabalhou em uma época de menor valorização do trabalho dos treinadores, ficou à sombra do timaço liderado por Pelé, mas é cultuado até hoje pelos santistas.

Hoje ocupando um cargo executivo no Athletico, Paulo Autuori venceu por Cruzeiro (97) e São Paulo (2005). Por vezes pouco reconhecido, o técnico está marcado no coração de tricolores e cruzeirenses.

Apontado por muitos como o melhor treinador sul-americano, Marcello Gallardo levou o River Plate ao topo em 2015 e 2018. Em 2019, o argentino viu o tri escorrer pelos dedos após o Flamengo conseguir uma virada improvável em Lima.

Além destes nomes mais cotados, a lista de técnicos com duas Libertadores no currículo conta com outros integrántes. O mais célebre deles é Edgardo Bauza, o "Patón", ex-São Paulo. Os outros são Roberto Scarone, Manuel Giúdice, Juan Carlos Lorenzo, Pedro Dellacha e Luis Cubilla.

Campeão em 2017 pelo Grêmio, Renato Gaúcho chega em sua terceira decisão de Copa Libertadores. Vice em 2008 com o Fluminense, o treinador chegou para substituir Rogério Ceni no Flamengo, conquistou a torcida com um início fulminante, mas agora desperta desconfiança.

Em pouco mais de um ano de Palmeiras, Abel Ferreira conquistou uma Copa do Brasil e a Libertadores de 2020 com um elenco bom para os padrões brasileiros, mas longe dos esquadrões alviverdes do passado. Era, portanto, para estar com um status quase inquestionável. No entanto, é ainda tratado com desconfiança por parte da crítica e do público