Racismo, 'Globo Lixo' e socos em rival: as várias faces de Nelson Piquet

Por Do UOL, em São Paulo

Tricampeão da F1 em 1981, 1983 e 1987, Nelson Piquet colecionou polêmicas e desafetos ao longo (e depois) da carreira. Nesta semana, voltou à tona um vídeo dele usando termo racista "Neguinho" para se referir a Lewis Hamilton.
Hoch Zwei/Corbis via Getty Images
Hamilton rebateu o brasileiro, dizendo que esse tipo de "mentalidade arcaica" tem que mudar. "É mais do que linguagem. Essas mentalidades arcaicas precisam mudar e não têm lugar no nosso esporte. Fui cercado por essas atitudes e alvo de minha vida toda. Houve muito tempo para aprender. Chegou a hora da ação".
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Chofer de Bolsonaro

Esta não é a 1ª vez que Piquet é alvo de críticas. No ano passado ele dirigiu o Rolls Royce oficial da Presidência e foi "chofer" do presidente Jair Bolsonaro no desfile de Sete de Setembro, usado como palanque para atos antidemocráticos.
FÁTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Ausência no GP de Interlagos

Figura frequente no GP de Interlagos, Piquet recusou o convite da organização no ano passado para não ter a sua imagem associada ao então governador paulista, João Doria, desafeto político de Bolsonaro.
Eduardo Knapp/Folhapress
Em maio de 2020, Piquet também abraçou o discurso negacionista que minimizava a pandemia: "Tanta gente morre por outras doenças. Não vou discutir isso porque não sou médico, mas estou do lado do Bolsonaro". Em janeiro deste ano, ele próprio foi diagnosticado por covid e ficou dois dias internado.
Reprodução

'Globo Lixo'

Em um evento com Bolsonaro, em maio do ano passado, Piquet atacou a Globo, chamando a emissora de "lixo". Mas esta não foi a primeira manifestação do ex-piloto contra a TV carioca.
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Em março de 2021, ele já havia falado que estava feliz pela transmissão da Fórmula 1 ter mudado para a Band e saído da "Globo lixo". Novamente a declaração gerou polêmica nas redes sociais.
Reprodução/TV Bandeirantes
Além da conotação política, para Piquet, a Globo sempre fez uma cobertura parcial pró-Senna, nos ano 1980. Os dois tiveram uma série de desavenças. O ex-piloto chegou a insinuar que Ayrton Senna, morto em 1994, era gay e que o casamento dele com Lilian Vasconcellos era de "fachada" e por isso foi anulado. Senna o processou por difamação.
Rogério Carneiro/Folhapress

O manager dele [Senna] me pegou, me tirou fora e falou pra gente parar com essa baixaria. Eu respondi: 'baixaria quem começou foi vocês. Quem me processou foram vocês. A única coisa que eu falei era pra perguntar pra ele porque ele não gosta de mulher. Ele está há três anos na Fórmula 1 e não tem uma namorada'.?

Nelson Piquet,
em entrevista ao canal de YouTube de Júnior Coimbra, em novembro de 2020
A morte de Senna abalou todos os brasileiros. Piquet, no entanto, não compareceu ao funeral, e depois explicou que "nunca" foi amigo do ex-piloto, portanto, não havia motivos para prestar as últimas homenagens.
Pascal Rondeau/Getty Images

Não fui porque não suporto funeral e não posso hoje ter a cara, na minha personalidade, de fazer como o Prost fez, que brigou com o Senna até o último dia na Fórmula 1, e depois foi no dia do enterro. É a maior demagogia. Não me achei no direito de ir ao enterro. Nunca fui amigo, vou ao enterro para aparecer?"

Nelson Piquet,
sobre ausencia no funeral de Senna

Brigas com Mansell

E não foi apenas de Senna que Piquet era desafeto. Ele também teve uma árdua disputa com o companheiro na Willians, Nigel Mansell. Para ele, Mansell, tinha mais privilégios por ser inglês. Além disse, os dois se ofenderam abertamente, e Piquet o chamou de "sem-educação", enquanto Mansell rebateu dizendo que o brasileiro era um "homem vil".
Divulgação/Williams Heritage

Briga com Andrea de Cesaris

Após se chocar com o italiano Andrea de Cesaris em uma curva do GP de Mônaco, em 1989, Piquet começou a discutir com o italiano de dentro de carro.
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Briga com Salazar

Em outra ocasião, Piquet chegou às vias de fato e brigou com o chileno Eliseo Salazar no GP da Alemanha de 1982. O brasileiro liderava a prova, mas acabou batendo em Salazar, que era retardatário. Piquet saiu do carro e agrediu o italiano com empurrões, socos e um pontapé.
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Xixi no carro

Quando ainda era piloto, Piquet não se segurou, fez xixi no cokpit antes da relargada do GP do Canadá, em 1980, e disse ao ex-chefe da F1 que estava vazando gasolina. "Comentei com Charlie Whiting que 'estava vazando' gasolina. O xixi saiu por alguns furos do assoalho do carro, ele colocou a mão na parte de baixo e cheirou. Acabei escutando um bando de nome", contou Piquet anos depois.
Xavier Bonilla/NurPhoto via Getty Images
Publicado em 28 de junho de 2022.