Junior Urso

A luta marcada na pele

Por Arthur Sandes e Luiza Oliveira

Junior Urso estava no Guangzhou R&F, da China, quando teve um claro contato com o racismo. Em um clássico, fez uma falta e ouviu do adversário: "macaco".
Simon Plestenjak/UOL
O susto inicial se transformou em incredulidade após a confirmação de que tinha escutado corretamente.
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Eu achava que sabia como era passar por isso, como era a dor das pessoas que sofreram racismo, mas não sabia. Assim que o rapaz se expressou, senti realmente o que era o racismo. Fiquei bem mexido quando ele me chamou de 'macaco'.

Junior Urso
A incredulidade com o que acontecera virou força. Urso tem orgulho de sua raça e da luta por igualdade. E isso está marcado em sua pele, com o punho cerrado dos Panteras Negras.
Simon Plestenjak/UOL
O gesto simbólico dos Panteras Negras foi eternizado nos Jogos Olímpicos de 1968, quando Tommie Smith e John Carlos subiram ao pódio para a premiação dos 200 metros do atletismo.
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Tenho orgulho de ser negro. Quando novo ainda teimei de alisar o cabelo, mas depois vi que não tinha necessidade: podia me assumir do jeito que sou.

Junior Urso
Simon Plestenjak/UOL
O caso na China abriu os olhos de Junior Urso, mas não foi o único sofrido por ele.
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A luta racial é amplamente defendida por estrelas do esporte fora do país. Aqui, no entanto, as vozes são escassas. E Urso gostaria que mais gente se levantasse em apoio.
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Na música temos o Emicida, um rapper que está brigando pelo seu espaço. Talvez o Thiaguinho fosse um cara legal de falar mais sobre isso, apesar de estar em outras situações, na televisão - de repente tiram ele de lá se ele insistir nisso. O próprio Neymar também... Outros negros deveriam se expressar mais, ajudar mais na causa

Junior Urso
Confira a entrevista completa com Junior Urso, feita em 12 de julho de 2019, no link abaixo.
Simon Plestenjak/UOL
Publicado em 26 de julho de 2020.
Edição e roteiro: Brunno Carvalho