Juiz ladrão?

5 casos de árbitros flagrados em casos de corrupção

Os árbitros existem para fazer valer as regras do jogo, mas o que acontece quando eles mesmos estão envolvidos em corrupção? Ao lado, o UOL Esporte relembra cinco casos comprovados de atos ilícitos dos juízes.
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Máfia do Apito

O escândalo de arbitragem mais conhecido do Brasil consistia na venda de resultados por árbitros para apostadores, em 2005. Onze jogos do Brasileirão apitados por Edílson Pereira de Carvalho (foto) foram cancelados e jogados de novo, mas o mesmo não aconteceu na Série B e no Paulistão, em jogos de outro árbitro culpado, Paulo José Danelon. Ambos foram banidos.
Antônio Gaudério/Folhapress
Os árbitros e mais cinco pessoas foram indiciadas pelo Ministério Público por estelionato, formação de quadrilha e falsidade ideológica, mas nenhum cumpriu pena. Houve manipulação, mas "fraudar resultado de competição esportiva" não era tipificado como crime --o que só mudou em 2010. CBF e Federação Paulista foram condenadas em primeira instância a pagar indenizações milionárias, mas a decisão foi derrubada pelo STJ.
Cesar Rodrigues / Folha Imagem

Apostas na NBA

Algo semelhante com a Máfia do Apito aconteceu na NBA, em 2007. O árbitro Tim Donaghy foi flagrado pelo FBI apostando em jogos que ele mesmo apitava. Ele foi indiciado por dois crimes federais, confessou a manipulação de resultados e cumpriu 15 meses de prisão.
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Calciopoli

Entre os anos da Máfia do Apito e o escândalo da NBA, um esquema de manipulação de resultados na Itália, em 2006. Dirigentes de cinco times foram flagrados comprando resultados de jogos do Campeonato Italiano, diretamente na comissão de arbitragem. Os árbitros "certos" eram escalados para os jogos "certos" já sabendo o que fazer. O único juiz preso foi Massimo De Santis, condenado a quatro anos, e a Juventus foi punida com um rebaixamento.
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Escândalo Olímpico

Na Olimpíada de Inverno de 2002, em Salt Lake City, uma das juízas da patinação artística admitiu ter sido pressionada a tirar o ouro de uma dupla canadense. A francesa Marie-Reine Le Gougne deu nota mais alta para os russos, o que na prática prejudicava o Canadá e beneficiava a França no quadro geral. Acabou suspensa por três anos e nunca mais julgou uma competição. O COI pôs panos quentes em tudo dando o ouro também à dupla canadense, Jamie Salé e David Pelletier.
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Recado de Escobar

O argentino Juan Baca admite ter manipulado uma semifinal de Libertadores em 1989. O trio de arbitragem estava em Medellín para apitar Atlético Nacional (COL) x Defensor (URU) quando homens armados teriam invadido o quarto de hotel com uma mala de dinheiro e a exigência: o time de Pablo Escobar deveria vencer. Resultado: 6 a 0 e vaga na final (que a equipe depois venceria). "Tinha dois filhos para criar, ia me fazer de valente?", diz Baca.
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Publicado em 21 de Maio de 2022.