Organizadas

Heróis improváveis

Por UOL, em São Paulo

Quando o papa João Paulo 2º visitou o Brasil em 1980, a torcida do Fluminense começou a entoar no Maracanã o hino que marcou sua passagem pelo país.
Folhapress - 30.jun.1980
A bênção, João de Deus. Nosso povo te abraça. Tu vens em missão de paz. Sê bem-vindo. E abençoa este povo que te ama. (Ligue o som)
Fernando Soutello/AGIF
O Flu foi campeão carioca, e o canto gerou identificação da torcida com o Sumo Pontífice. Também fez a torcida do Flamengo idolatrar outro líder religioso.
Fernando Maia
Para rivalizar com os tricolores, a Jovem Fla começou a levar ao Maracanã faixas em homenagem ao aiatolá Khomeini, líder religioso iraniano.
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A figura do aiatolá também evocava a rebeldia antiamericana que a torcida do Flamengo queria exaltar.
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Ao longo dos anos 80 e 90, a Jovem Fla se aproximou da simbologia árabe. E homenageou a causa palestina...
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... o antigo líder palestino Yasser Arafat...
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... e o ditador iraquiano Saddam Hussein.
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"Ataca, massacra, impõe o seu valor. Saddam Housein, Saddam Hussein, Saddam Hussein. E Dá-lhe Mengo. E Dá-lhe Mengo." (Ligue o som)
AFP
Em MG, a Máfia Azul, do Cruzeiro, escolheu o argentino Che Guevara como símbolo máximo no final dos anos 80, por causa da rebeldia.
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Isso levou a Galoucura a escolher como herói o improvável René Barrientos, ditador boliviano que ordenou o assassinato de Che em 1967.
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"Humildemente se liga rapaziada. Eu te apresento o que matou o Che Guevara. Esse cara é 22, só fez loucura. René Barrientos 100% Galoucura." (Ligue o som)
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A rivalidade insólita é uma das grandes curiosidades do universo das torcidas organizadas e mostra como o futebol, às vezes, vai além do futebol.
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Publicado em 21 de Maio de 2021.