Acusações de assédio sexual que abalaram o esporte

A tenista chinesa Shuai Peng, ex-número 1 do ranking da WTA nas duplas, revelou ter sofrido assédio sexual do ex-vice primeiro-ministro da China, Gaoli Zhang, antes de ela ter um relacionamento amoroso com o político, e que não tem como provar o assédio. Infelizmente, este não é um caso isolado no esporte.

A americana chegou a Tóquio como uma das maiores estrelas dos Jogos Olímpicos. Alegando exaustão mental, não competiu em algumas provas. Ela foi uma das vítimas do médico Larry Nassar, acusado de assediar menores de idade da seleção de ginástica artística dos EUA. Em 2018, ele foi condenado a 360 anos de prisão por ter molestado 265 mulheres.

Em 2016, o então técnico da seleção brasileira de ginástica artística Fernando de Carvalho Lopes foi banido após ser acusado por abusos sexuais contra crianças e adolescentes ocorridos entre 1999 e 2016. Em 2020, ele obteve liminar que suspende a decisão até o julgamento definitivo.

A atleta, que participou de quatro Jogos Olímpicos, revelou em 2008 ter sido abusada pelo técnico Eugênio Miranda quando tinha nove anos. O caso resultou na aprovação da Lei Joanna Maranhão, que estabelece que o prazo de prescrição de abuso sexual de crianças e adolescentes seja contado a partir da data em que a vítima completa dezoito anos.

Uma das expoentes da seleção americana de futebol feminino, a goleira Hope Solo revelou que o então presidente da Fifa Joseph Blatter a assediou na cerimônia de entrega da Bola de Ouro, em 2013. Segundo ela, Blatter apalpou a bunda dela antes de ela subir ao palco. O dirigente negou.

O ex-campeão de boxe Sugar Ray Leonard relatou em sua autobiografia que foi vítima de abuso sexual durante a juventude por parte de um antigo técnico. Segundo Leonard, em uma das ocasiões, o treinador abriu o zíper da calça do pugilista e o assediou, forçando-o a sair correndo do carro em que estavam.

Em 2020, as ex-patinadoras francesas Hélène Godard, Béatrice Dumur e Anne Bruneteaux afirmaram terem sido assediadas ainda adolescentes nos anos 70 por Didier Gailhaguet (foto), Jean-Roland Racle e Gilles Beyer, três treinadores e ex-campeões franceses. O relato encorajou outras atletas a revelarem outros casos de assédio no esporte do país.