O futebol passa vergonha mundialmente porque os dirigentes que comandam a modalidade querem.
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A comprovação disso foi dada na vitória da seleção feminina do Brasil sobre a França, no último sábado (3), por 1 a 0, pelas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris.
Os 19 minutos de acréscimos dados pela árbitra Tori Penso retratam uma modalidade que não se ajuda e teima em seguir com regras defasadas.
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Não faz sentido o tempo dado como acréscimo continuar sendo estipulado pelos árbitros. Tal prática não é transparente e sempre vai gerar dúvidas.
E, se o time da casa estiver perdendo, como foi o caso da França, a chiadeira vai aumentar.
Não se trata aqui de dizer que a árbitra norte-americana tentou ajudar as francesas.
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O ponto é constatar, mais uma vez, que a regra do futebol em relação à cronometragem precisa mudar.
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É bizarro deixar o controle do tempo, fundamental para a justiça na partida, escondido e a critério do juiz.
O cronômetro, exibido publicamente, precisa ser parado quando a bola não está em jogo, como acontece no basquete.
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Se já fosse assim, o tempo extra do confronto entre França e Brasil poderia até ser o mesmo. Porém, não haveria motivos para reclamações e suspeitas.
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Além disso, a cronometragem semelhante à do basquete, eliminaria a cera, prática que torna a modalidade enfadonha.
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Parar o cronômetro é uma medida óbvia, mas ignorada pela Fifa e pela International Football Association Board (Ifab), órgão regulador das regras do futebol.
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A pergunta sem resposta é: a quem interessa que os acréscimos continuem sendo controlados sem transparência por uma só pessoa?
A única certeza é de que o interessado não é o futebol, que seguirá passando vergonha, como acontece em Paris.