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Bombig: Reunião com embaixadores e PEC dos Auxílios não impactam pesquisa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/07/2022 10h00

Em participação no UOL News, o colunista Alberto Bombig analisou os resultados da pesquisa do Instituto FSB, contratada pelo banco BTG Pactual, e divulgada hoje. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está à frente na corrida presidencial, com 44% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue em segundo lugar, com 31%. Com o resultado, a distância entre Lula e Bolsonaro foi de 9 para 13 pontos percentuais.

Para Bombig, a pesquisa ainda não foi capaz de refletir os efeitos da reunião de Bolsonaro com embaixadores, que aconteceu na semana passada, em Brasília, nem os da aprovação do pacote de auxílios, apelidado de PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das "Bondades".

"Este que é o desafio [de Bolsonaro] para as próximas pesquisas: se a hora que esse dinheiro começar a chegar no bolso do eleitor vai alterar o quadro", disse o colunista do UOL.

Bombig avaliou que a pesquisa refletiu uma mudança de estratégia na campanha do ex-presidente petista.

"Lula está jogando mais parado, mais quieto, não está entrando mais nessas polêmicas bolsonaristas. Talvez isso esteja funcionando", disse.

Segundo o jornalista, Lula deixou de trazer para o debate eleitoral pautas consideradas prejudiciais para o PT. "Percebe-se que ele está muito mais focado em falar de melhorar a economia, ou seja, jogar a agenda para frente. Nesse sentido, o crescimento dele de três pontos [percentuais] reflete isso."

"Mas imagino que a pesquisa ainda não pega nem os prováveis efeitos positivos do pacote, nem também esse ruído que foi o espetáculo triste com embaixadores da semana passada", concluiu Bombig.

Campanha ganha força agora

A cientista política Deysi Cioccari também participou do UOL News e avaliou os resultados da pesquisa eleitoral mais recente. Para ela, Lula e o PT ainda não têm o que comemorar.

"Algumas pesquisas indicam que os brasileiros fazem a escolha do político [em que irão votar] até no último dia", disse.

A especialista avaliou que a reunião com os embaixadores não terá muito efeito na campanha de Bolsonaro porque os problemas mais urgentes hoje são outros.

"O Brasil hoje está sentindo muito mais os efeitos da inflação do que propriamente dessas rusgas do presidente Jair Bolsonaro com os embaixadores, por isso, acredito que isso não vai ter tanto efeito", afirmou.

"Como não vai ter também os casos corrupção no governo Jair Bolsonaro. Como não são constantes e não estão todos os dias no noticiário, a corrupção não se torna palatável [para os eleitores], mas a inflação sim porque está atingindo o prato de comida", acrescentou.

"A campanha mesmo é decidida até a última semana e vamos ter 45 dias em que as pessoas vão ficar imersas nesse sentimento político. Cada gesto, fala, palavra importam muito. Tem muito jogo para ser jogado ainda", concluiu a cientista política.

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