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Molon reage a pressão de Freixo para que desista do Senado: Fiquei perplexo

Deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) - Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
Deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) Imagem: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

Do UOL, em São Paulo

05/07/2022 10h36

O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), pré-candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que ficou "perplexo" com a pressão de Marcelo Freixo (PSB-RJ), pré-candidato para o governo do estado, para que ele desista da disputa de vaga na Casa legislativa. Freixo defende o nome de André Ceciliano (PT) para o cargo.

"Fiquei perplexo. A única candidatura ao Senado com condições reais de vencer o bolsonarismo é a minha. Ceciliano está muito atrás nas pesquisas. Dos seis partidos da coligação de Freixo, três me apoiam. Isso não é questão de capricho nem de vaidade. Não há qualquer sentido em me pedir para desistir", afirmou Molon.

Questionado se sente que foi traído, o deputado disse que "nunca esperou isso" de Freixo. "Quando ele me pediu para se filiar ao PSB, eu já era pré-candidato ao Senado. Ele foi recebido de braços abertos. Sinceramente, não esperava que tomasse essa atitude", comentou.

Molon também foi questionado se considera estar havendo uma chantagem contra eles. "O momento de construção das chapas sempre envolve muitas pressões. Mas é preciso resistir às pressões para não perder o rumo", respondeu.

Em palanque, Freixo não citou nome de Molon

No último sábado (1º), Freixo apoiou a candidatura Ceciliano ao Senado e não citou o nome de Molon, que é do mesmo partido dele. A declaração ocorreu enquanto Freixo participava do lançamento da pré-candidata do PT ao cargo de deputada estadual Marina do MST (Movimento Sem Terra), no Rio de Janeiro, que contou com a presença de Ceciliano.

"Nós vamos ganhar para mudar a história do Rio de Janeiro profundamente. Para isso, a gente tem que eleger Marina e todos os companheiros que estão aqui para ajudar Lula no Congresso. (...) Mas André, Marina, a nossa história não acaba dia 2 [de outubro], dia 2 começa o grande desafio de derrotar Bolsonaro, mas derrotar o bolsonarismo vai ser na qualidade de governo que a gente vai fazer com Lula aqui no Rio de Janeiro", declarou Freixo.

Também ao jornal O Globo, Freixo cobrou que Molon desistisse da disputa ao Senado. "O PT é o maior partido e reivindica a indicação do nome ao Senado. Essa composição é decisiva, não é uma composição que nos leva a debater nomes, mas o cumprimento de acordo. Entro no debate de um acordo político. Minha expectativa é que ele seja cumprido", afirmou.

"Isso ficou ajustado. Não tínhamos naquele momento a definição de um nome, mas depois apresentamos o nome do André (Ceciliano) ao PSB. Respeito o Molon, mas não é uma questão pessoal, e sim política, de construção do campo da esquerda no Rio, que é importante no processo eleitoral tanto estadual quanto presidencial", completou o pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro.