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PSB prevê até 10 de julho decidir sobre alianças com petistas no RS e SP

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira - Bruno Santos/ Folhapress
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira Imagem: Bruno Santos/ Folhapress

Colaboração para o UOL

27/06/2022 16h11Atualizada em 27/06/2022 16h11

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada hoje, que as negociações com o PT em São Paulo e Rio Grande do Sul devem ter um desfecho até o dia 10 de julho.

"O erro foi ter dado prazo [para definir os palanques com o PT]. Prazo a gente só dá para os outros, não para a gente mesmo. Quem dizia isso era o doutor Arraes [ex-governador Miguel Arraes], porque o tempo da política nunca é o tempo que a gente imagina que pode ser". Eu acredito que até dia 8 ou 10 de julho tudo isso esteja resolvido. Onde não for [resolvido], cada um vai seguir sua vida."

Nos dois estados as siglas não abrem mão de candidatura própria. Em São Paulo o imbróglio acontece entre as pré-candidaturas do ex-governador Márcio França (PSB) e do ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT). Já no Rio Grande do Sul, o impasse é protagonizado pelo ex-deputado Beto Albuquerque (PSB) e o deputado estadual Edegar Pretto (PT).

Durante a entrevista ao Valor, Siqueira rechaçou a possibilidade, levantada pelo próprio pré-candidato do partido no estado, do PSB compor com o PDT de Ciro Gomes.

"Se o Beto conseguir uma aliança e quiser ser candidato, com o PT ou sem o PT, ele será. Mas precisa ter uma aliança. O Beto pode ser candidato, mas o palanque do PSB, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, é um só: é Lula e Alckmin. Não tem Ciro."

Em entrevista ao UOL e ao jornal Folha de S.Paulo durante a sabatina com os pré-candidatos do Rio Grande do Sul, Edegar Pretto chegou a diz que poderia romper com o PSB, caso fosse proibido de coligar com o PDT.

"Se a frente [com o PT] negar esse apoio a mim, tenho todo direito de procurar formar outra frente política, no caso com o PDT, quem sabe incluir PSD e disputar a eleição. Se o meu partido vier a cometer o desatino de me proibir de coligar com o PDT, tomo outro rumo."

Siqueira diz que candidatura de Haddad é 'difícil'

O presidente do PSB ainda definiu a pré-candidatura de Fernando Haddad (PT) em São Paulo como "difícil".

"O que penso é que o PT disputa o governo de São Paulo desde que foi fundado. Nem mesmo no melhor momento, no prestígio mais alto do presidente Lula, conseguiram eleger o governador de São Paulo. É claro que não diria que é impossível, mas é muito difícil eleger uma candidatura do PT. Se fosse uma candidatura mais ao centro, acho que teria mais chance."

Carlos Siqueira disse que não baseia estratégias eleitorais em pesquisas de intenção de voto. "Na campanha presidencial passada, ninguém dava um centavo pela candidatura do Bolsonaro, e ele ganha a eleição dos principais partidos. Pouca gente foi capaz de prever que pudesse ocorrer um fenômeno dessa natureza. Então, pesquisa não pode ser critério de apoio."

Pesquisa do Instituto Ideia, contratada e publicada pela revista Exame, aponta o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) na liderança da disputa pelo governo de SP, com 27% das intenções de voto no cenário principal da pesquisa estimulada —quando os entrevistados recebem uma lista prévia com os nomes dos pré-candidatos.

O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem 17%; o ex-governador Márcio França (PSB), 14%, e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), 11%. Como a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, Tarcísio, França e Garcia estão tecnicamente empatados.

A lista segue com o ex-prefeito de São José dos Campos Felício Ramuth (PSD), o deputado federal Vinícius Poit (Novo) e o ex-prefeito de Santana do Parnaíba Elvis Cezar (PDT), todos com 1%. O ex-ministro Abraham Weintraub (PMB) ficou com 0,4%; Gabriel Colombo (PCB), com 0,3%, e Altino Junior (PSTU), com 0,1%. Esses seis pré-candidatos estão empatados, dentro da margem de erro.