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Danilo Cabral chama impeachment de Dilma de erro e exalta time com Lula

Tiago Minervino e Matheus Mattos

Colaboração para o UOL, em Maceió e em São Paulo

08/06/2022 16h30Atualizada em 08/06/2022 17h46

O pré-candidato ao governo de Pernambuco pelo PSB, Danilo Cabral, chamou o voto pelo impeachment da Dilma como um "equívoco histórico", exaltou seu palanque no estado, que conta com o atual governador, Paulo Câmara (PSB), e afirmou que é o nome que tem o apoio de Lula.

Durante sabatina promovida pelo UOL/Folha, ao ser questionado sobre racha no PT pernambucano, com uma ala do partido favorável à pré-candidatura de Marília Arraes (Solidariedade), Danilo Cabral afirmou que o PSB fez uma "aliança estratégica com o PT" e ressaltou que já está "claro" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoia sua candidatura.

"Nós temos uma aliança estratégica com o PT do ponto de vista nacional. Em Pernambuco, essa aliança também se consolidou através da reedição da frente popular de Pernambuco e ficou claro, [algo já] dito por Lula, que a candidatura que ele vai apoiar serei eu, e não vou ficar aqui discutindo narrativas. A situação em Pernambuco já está superada e resolvida", afirmou.

Deputada federal eleita pelo PT, Marília Arraes deixou o Partido dos Trabalhadores por não ter apoio da legenda para disputar o governo de Pernambuco. No entanto, a saída dela provocou um racha na sigla e lideranças petistas no estado lançaram um manifesto em apoio à pré-candidatura da deputada.

Batizado de "oPTei Marília", o manifesto lembra que parte do PSB votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff em 2016 e acusou a sigla de usar "o mais puro antipetismo de direita" nas eleições municipais do Recife em 2020, quando Marília, então filiada ao PT, foi derrotada por João Campos (PSB) no segundo turno.

Oficialmente, o PT local já anunciou apoio a Danilo Cabral e indicou a deputada estadual Teresa Leitão como pré-candidata ao Senado na chapa, movimentações feitas com aval do ex-presidente Lula.

Impeachment de Dilma

O deputado federal e ex-secretário da Educação também chamou de "equívoco histórico, já reconhecido pelo PSB" o apoio ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e que seu partido fez um mea culpa sobre o assunto. Ele mesmo se licenciou do cargo que ocupava à época para voltar à Câmara dos Deputados e votar pelo impeachment dela.

Chamou também de superadas as críticas ao PT durante a campanha de 2020 à Prefeitura do Recife, quando foi eleito João Campos com um discurso antipetista. "Foi uma questão incidental de um período eleitoral."

Danilo Cabral também disse que não vai esconder o apoio do governador Paulo Câmara, que atualmente tem um mandato mal avaliado pela população. "Ele [Câmara] está presente na nossa campanha, inclusive eu estou acompanhando ele em todas as ações. Eu tenho muito orgulho do palanque que represento. Tem gente que troca de partido igual troca de camisa. Eu não faço parte disso, tenho coerência na minha vida."

Ele se definiu como "a novidade desta campanha". "As pessoas ainda vão nos conhecer. A campanha vai se encarregar de a população de Pernambuco conhecer o que praticamos e falamos."

A sabatina foi conduzida pelo apresentador Diego Sarza e pelos jornalistas Carlos Madeiro, do UOL, e José Matheus Santos, da Folha.

O que diz a pesquisa mais recente

Levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado em maio aponta a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) à frente na corrida eleitoral para o governo de Pernambuco, com 28,8% das intenções de voto em um dos cenários na pesquisa estimulada — quando é apresentada a lista de nomes dos pré-candidatos.

A ex-prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB) aparece na sequência, com 16%, seguida pelo ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil), com 13,6%, e pelo ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PL), com 12,1%. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,6 pontos percentuais para mais ou para menos, esses três pré-candidatos empatam tecnicamente.

O deputado federal Danilo Cabral (PSB) tem 7,1%, empatando tecnicamente com Ferreira. O advogado João Arnaldo (PSOL) aparece com 1,3%, e o historiador Jones Manoel (PCB), com 0,7%, também tecnicamente empatados.

Brancos, nulos e aqueles que disseram que não irão votar em nenhum dos candidatos somam 13,5%, e aqueles que não souberam ou não responderam, 7%.

Calendário das sabatinas em Pernambuco

  • 09/06 - 10h - Raquel Lyra (PSDB)
  • 09/06 - 16h - Jones Manoel (PCB)
  • 10/06 - 10h - Anderson Ferreira (PL)
  • 10/06 - 16h - João Arnaldo (PSOL)